Juscélio Carmo
O primeiro pré-candidato a dar sinais de que irá compor uma chapa na posição de vice-prefeito já está aparecendo em tela. O comentarista do programa Primeira Mão, Caio Pimenta, nesta segunda-feira, deu conta de que estão adiantadas as negociações entre o DEM e o ex-prefeito Paulo Cezar, visando uma candidatura a prefeito neste ano, o que poderia deslocar Fabrício Faro para a posição de vice-prefeito em uma eventual chapa. Descontente com o governador Rui Costa por ter lhe tirado os cargos da ADAB para transferi-los para o deputado Federal Bacelar, Paulo Cezar ensaia retomar o convívio político com o antigo aliado, Paulo Azi. A aliança foi vitoriosa nas eleições de 2008 e 2012, quando fizeram uma parceria bem sucedida, que se tentará, ao que parece, repetir este ano.
Só que o ex-prefeito carrega o peso, no momento, de um processo judicial por corrupção, que já condenou outros implicados. Contudo, PC desponta como favorito nas pesquisas para a eleição, mesmo pairando sobre si a suspeita envolvimento em um esquema fraudulento relacionado ao transporte escolar. Paulo Cezar também é cortejado por Marcelo Nilo, do PSB, que se coloca como pré-candidato a governo do Estado em 2022, desejando convergir o campo da esquerda.
Para o empresário e radialista Juscélio Carmo, presente no programa Primeira Mão de hoje, 03, o apoio a Paulo Cezar pelo partido de direita, que é presidido por Paulo Azi, praticamente um representante de ACM Neto na região, inviabiliza um futuro discurso antipetista e anticorrupção em uma quase certa candidatura deste ao governo do estado em 2022. Carmo considera que junto com Paulo Cezar, ACM Neto se iguala ao PT.
A questão é que Paulo Azi considera Joaquim Neto seu inimigo público número 1. Entendem os democratas, segundo Caio Pimenta, que o prefeito os traiu depois de contar com o apoio eleitoral de Azi e do seu grupo. Juscélio lembra que Paulo Cezar também já esteve na mesma posição há algum tempo, quando o DEM rompeu com PC ao se negar em apoiar a então candidata do prefeito, Sonia Fontes. O fato é que Paulo Cezar se apresenta como o candidato competitivo para desbancar Joaquim Neto e ainda levar votos para ACM Neto em 2022 ou impedir que esses votos acabem indo para o candidato que Rui Costa apontar como sucessor.
Existe a possibilidade do acordo ser uma espécie de golpe, deduz Carmo. Colocando Fabrício como vice, o DEM pode herdar a Prefeitura caso Paulo Cezar seja condenado e preso. Para Carmo é a luta dos bois gordos, grupo de Joaquim, com os bois magros, grupo dos Azi, alijado do poder na esfera municipal com o rompimento politico.
A maioria quer entrar na Prefeitura para se colocar nas centenas de cargos comissionados que vêm com a vitória eleitoral. Ter a prefeitura significa facilidade de emplacar o deputado estadual e federal que vão representar o município. As pesquisas mostram que os eleitores mostram certas restrições a manutenção do nome de Joaquim Neto na prefeitura e acham que Paulo Cezar é o único capaz de vencê-lo. Considerando a fala de Marcelo Nilo, em entrevista ao Primeira Mão, a esquerda também quer os votos de PC pelos mesmos motivos.
De uma coisa todos parecem estar certos, a sentença de PC em primeiro grau não o torna inelegível e é quase impossível uma condenação em segundo grau, que aí sim o tornaria inelegível, sair até outubro. Caso durante o mandato Paulo Cezar tenha a prisão decretada, ou perca o mandato por outro motivo, assume o vice. Neste sentido, Carmo está certo, “temos que ver tudo isso como peças em um tabuleiro”.
O assunto foi abordado no programa Primeira Mão. Veja:
Por Paulo Dias para o News Infoco