Paulo Cezar
Liderando até aqui pesquisas eleitorais, ao mesmo tempo que se vê envolto em processos que investigam sua participação em atos de corrupção que ocorreram durante sua gestão á frente da prefeitura de Alagoinhas, o hoje pré-candidato Paulo Cezar vive o que podemos classificar como “o complexo de Paulo Maluf”.
Em suas redes sociais, até porque Paulo Cezar tem evitado entrevistas para não tratar sobre os casos de corrupção em seu governo, Paulo Cezar vive a enumerar obras que, segundo ele, foram fruto de seu trabalho à frente da prefeitura. São obras de infraestrutura, medidas para atração de empresas, enfim. Até mesmo as obras inauguradas na atual gestão, no diário Cezista contam como um legado seu. As polêmicas e as mais várias denúncias que pairam sobre sua gestão à frente da prefeitura de Alagoinhas entre 2008 e 2016, entre elas os desvios que somam 29 milhões na pasta da educação e o rombo de mais de 14 milhões do SAAE, são esquecidas.
Ao não conseguir convencer a opinião pública de que não teve participação, ou mesmo foi omisso com as ingerências e desvios de conduta que comprovadamente existiram durante sua gestão(embora na seara jurídica não tenha sido comprovada sua participação nos malfeitos), investe na imagem de tocador de obras, do criador de empregos. O resultado é a cristalização cada vez mais evidente entre os eleitores alagoinhenses da figura do “rouba, mas faz”. Até aqui, diante do desgaste politico do atual prefeito e das outras forças politicas tradicionais da cidade, a estratégia tem dado certo, e Paulo Cezar consegue liderar todas as pesquisas, embora as mesmas pesquisas indiquem um percentual, que gira em torno de 50% do eleitorado, que ainda não decidiram em quem irá votar.
A imagem traçada por Paulo Cezar faz com que, inevitavelmente, tracemos um paralelo com outro politico, este conhecido por todo o Brasil, o Paulo Maluf.
Paulo Maluf foi governador de São Paulo durante o regime militar, nos anos 90 conseguiu, através do voto popular, virar prefeito de São Paulo. Nesta época investiu na imagem de tocador de obras, de prefeito gerador de empregos. No mesmo período já era acusado de participar de casos de corrupção durante sua gestão á frente de seu estado. Nada que o impedisse de eleger seu sucessor, o Celso Pitta, num período em que ainda não existia reeleição. Ao sair da prefeitura de São Paulo, novas acusações de corrupção. Mesmo assim conseguiu se eleger por diversas vezes deputado federal. Em suas declarações fazia questão de enumerar várias obras de São Paulo, que segundo ele mesmo dizia, “Foi o Maluf que fez”. Em 2017, 19 anos após deixar a prefeitura de São Paulo, foi condenado e preso pela Justiça.
Será este o exemplo que Paulo Cezar pretende seguir?
Escrito por Caio Pimenta, bacharel em Direito, radialista, comentarista do Programa Primeira Mão da rádio Ouro Negro FM 100,5 FM e rádio 2 de Julho. Ele também é editor-chefe do site News Infoco