Prefeitura de Alagoinhas não tem condições de sustentar um lockdown na cidade; vem aí mais um vexame – Por Caio Pimenta

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Caio Pimenta

Minha gente, eu cresci ouvindo dos mais velhos, dos mais experientes, o famosos ditado “Errar é humano, mas continuar no erro é burrice”. Infelizmente, tenho aqui que constatar neste artigo a insistência no erro da gestão municipal na condução do combate à pandemia do coronavírus. Não aprenderam nada com seus erros.

E os erros foram muitos: bloqueios das entradas da cidade, que nunca funcionaram. Barreiras sanitárias, com procedimentos questionáveis, antecipação de feriados que se tornou uma vergonha retumbante, já que os dias que antecediam os feriados eram marcados por registros de aglomerações, enfim, a lista é grande.

Difícil acreditar que uma prefeitura com o retrospecto de dificuldades na execução dessas ações enumeradas acima, possa sustentar um lockdown no município.  O próprio secretário de governo, Gustavo Carmo, em entrevista concedida ao programa Primeira Mão, admitiu que a prefeitura não tinha gente suficiente para cumprir à risca os vários decretos restritivos instaurados pelo prefeito, vai ter agora para executar o lockdown?!

O comércio de Alagoinhas permaneceu fechado por quase dois meses e a imprensa registrava pontos de aglomerações nesse período. Agora se insiste na mesma fórmula. Vai ser um vexame! Não tenho dúvidas, e quem viver verá.

O fechamento de comércio e o lockdown não pode ser utilizada como remédio contra o vírus, está errado. Esses procedimentos deveriam ser utilizados como forma do governo ganhar tempo para reforçar o sistema de saúde. Durante todo esse tempo quantos leitos de UTI foram criados em Alagoinhas?! Nenhum. Vários postos de emprego foram fechados, assim como várias lojas, e a troco de que? O custo beneficio destas decisões não podem ser ignoradas, porque elas trouxeram miséria para várias familias, trouxeram o desemprego ou a precarização das situações de trabalho. A própria prefeitura tem tido dificuldades para honrar seus compromissos com funcionários e fornecedores, ao ponto do prefeito, em entrevista ao mesmo programa Primeira Mão, não ter tido como garantir ao funcionalismo público que pagará os salários em dia até o fim do ano. A mesma coisa disse o governador.

Pior sorte tem os funcionários terceirizados, estes já com atraso nos salários e pior, sendo demitidos. O lockdown agrava a crise financeira do município, sem nenhuma garantia de que o sistema de saúde no municio será reforçada neste meio tempo. Pior, ao promover o confinamento forçado durante vários dias irá fomentar as aglomerações nos dias que antecederem e que sucederem a decretação do lockdown, como já foi observado nos episódios de antecipação dos feriados.

O que o povo quer, e necessita, é de uma forma de poder conviver com esse virus, assim como se convive com a gripe, com o H1N1, e até mesmo com o HIV, conhecido por todos pela sua gravidade. Não podemos paralisar um município, uma região, um estado ou um país desta forma, sem ter nenhuma contrapartida. É preciso resguardar a saúde das pessoas e o emprego delas também. É preciso agir com inteligencia e sobretudo coragem.

A prefeitura, nem o governo do estado, distribuíram máscaras para os mais pobres, nem álcool gel. Em algumas casas até a água falta. Nenhum “kit coronavírus” foi entregue aos mais carentes. Torno a repetir, nenhum novo leito de UTI foi criado. E diante de tudo isso, querem dizer que lockdown é solução?! É um misto de inoperância, incompetência e irresponsabilidade que, particularmente, eu nunca vi na vida.

Escrito por Caio Pimenta, bacharel em Direito, radialista, comentarista do Programa Primeira Mão da rádio Ouro Negro FM 100,5 FM e rádio 2 de Julho. Ele também é editor-chefe do site News Infoco