[sg_popup id=”11418″ event=”inherit”][/sg_popup]Uma grave denúncia tendo a maternidade de Alagoinhas como pano de fundo gerou grande repercussão na cidade. De acordo com informações divulgadas por Juscelio Carmo no Programa Primeira Mão, da rádio 95 FM, na última sexta-feira(21) e na manhã de ontem(22) no programa que ancora na 93 FM, o De Frente com Juscelio, médicos estariam aplicando métodos nas parturientes que divergem do que é recomendado pelo Ministério da Saúde e pelo protocolo da Organização Mundial da Saúde(OMS).
Entre estes métodos estariam a aplicação de superdosagem de medicamentos e a utilização de substâncias que também são utilizadas na atividade agrícola, no parto de animais, como a ocitocina. A utilização destes métodos estariam sendo responsáveis por uma série de mortes na maternidade. Para piorar, segundo o relato de enfermeiras ao comunicador, médicos sem a especialidade em obstetrícia estariam fazendo partos na unidade e que alguns médicos chegavam a pedir auxílio às enfermeiras para conduzir o processo, mostrando assim a incapacidade deles em desenvolver tal tarefa.
O relato emocionante de uma paciente que perdeu o filho durante o parto na maternidade foi veiculado no programa. Segundo Jussara, este é o nome da paciente, na quarta-feira(19) pela manhã ela deu entrada na maternidade para ter o bebê. Sendo examinada pelo médico de plantão foi prontamente internada. À noite lhe foi aplicada uma medicação para aumentar as contrações e um outro médico utilizou um procedimento apertando-lhe a barriga para expulsar o bebê. Jussara relata que sentiu muitas dores durante esse procedimento. O médico então fez uma incisão para retirada do bebê que já nasceu morto. De acordo com Juscelio, a técnica utilizada pelo médico é proibida.
Uma nota assinada por 16 enfermeiras da maternidade e entregues a Juscelio Carmo também reforçavam as denuncias de irregularidades na maternidade, que segundo o radialista seriam responsáveis por óbitos de bebês, um numero que estaria no entorno de 70 mortes.
Hoje(23) pela manhã a secretaria municipal de comunicação classificou como “inverídicas” as denuncias e defendeu a aplicação de alguns procedimentos utilizados na maternidade e taxados de irregulares pelo radialista. Veja na integra o que diz a nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
As informações que circulam na imprensa sobre um possível descumprimento das normas do Ministério da Saúde no Hospital Maternidade Doutor João Carlos Meireles Paolilo são inverídicas, e com base no compromisso ético que norteia todas as práticas e serviços prestados à população de Alagoinhas, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde (SESAU), faz os seguintes esclarecimentos:
1- De acordo com os dados registrados em 2018, a Maternidade de Alagoinhas computou mais de 2.112 nascidos vivos, com 36 óbitos neonatais e 56 nascidos mortos neste período;
2-Os óbitos neonatais estão relacionados à prematuridade extrema, à má formação congênita, a infecções e outras causas, e a respeito disso, a diretoria da Maternidade enfatiza que os profissionais de saúde têm atuado para garantir um atendimento eficiente durante a gestação, conforme preconiza o Ministério da Saúde.
3-O pré-natal e o acompanhamento médico são determinantes para evitar situações de risco à saúde da mãe e do bebê, e de acordo com avaliação dos profissionais do setor, a direção da maternidade tem caminhado diariamente para melhorias, com investimentos em tecnologia e estrutura para atender à população de Alagoinhas e região. Nesse ponto, é preciso ressaltar a elevação no índice de satisfação dos usuários, conforme gráficos abaixo;
4- Os dados específicos de óbitos da Maternidade estão disponíveis no DataSUS e podem ser acessados pelo sistema;
5-A SESAU informa, ainda, que todos os óbitos são investigados pela unidade e pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia-SESAB, por meio da Vigilância Estadual. E que toda e qualquer paciente tem livre acesso ao seu prontuário, basta solicitar formalmente através de um protocolo na Prefeitura Municipal de Alagoinhas;
6-A ocitocina é um hormônio produzido no organismo dos mamíferos, incluindo os humanos, para gerar as contrações do útero durante o trabalho de parto e a liberação do leite materno, entretanto, existe também a ocitocina sintética, introduzida através de soro, que é usada para algumas situações:
- Iniciar o trabalho de parto quando o mesmo não ocorre naturalmente;
- Regularizar as contrações quando elas não estiverem efetivas ou quando for diagnosticado que o trabalho de parto não está evoluindo da maneira mais adequada;
- Contrair o útero após o parto ou aborto, quando o sangramento está abundante e pode ocasionar hemorragias;
7- O uso de tal medicamente é utilizado na unidade para fins benéficos para mãe e bebê e os fármacos são devidamente licitados e liberados pela Anvisa e Ministério da Saúde;
8- Quanto à troca de informações entre membros da equipe multiprofissional, a diretoria da Maternidade informa que trata-se de um procedimento normal e essencial para o bem-estar da paciente. É mais um ponto que atesta o compromisso e interesse por parte dos profissionais de Saúde do município;
9-corpo técnico da Maternidade é formado por médicos especializados em Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia – Geral e Anestesista, enfermeiros e técnicos de enfermagem com formação em Obstetrícia e Neonatologia, com larga experiência e anos de atuação nas especialidades. A documentação dos mesmos está disponível no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde-CNES;
10- Por fim, a Prefeitura de Alagoinhas se coloca à disposição para esclarecimentos e se manifesta contra a disseminação deliberada de notícias falsas, que ferem os princípios da ética jornalística, causando prejuízos à população;
Hoje(23) em contato com o site News Infoco, o secretario de governo Gustavo Carmo se mostrou sensível as denuncias apresentadas e informou que já havia marcado uma reunião com a diretora da maternidade e com o secretario de saúde para averiguar as possíveis irregularidades. A abertura de uma sindicância para apurar os fatos não está descartada.
Por Caio Pimenta para o News Infoco