O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (26) que o Brasil “não precisa de mais imposto”, em referência ao recente anúncio do governo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em alguns casos.
“A Câmara tem sido parceira do Brasil, ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo, e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor. O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto, precisa de menos desperdício”, declarou Motta na rede social X.
A declaração ocorre após o Ministério da Fazenda editar um decreto que altera a cobrança do IOF, tributo que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro.
As medidas geraram repercussão negativa no mercado financeiro na semana passada. O Ibovespa recuou 0,44%, fechando aos 137.272 pontos, enquanto o dólar subiu 0,32%, encerrando cotado a R$ 5,66. Diante da reação, o governo revogou parte das mudanças poucas horas depois do anúncio.
A manifestação de Motta também ocorre pouco tempo depois de a Câmara ter aprovado um projeto que amplia o número de deputados, de 513 para 531, a partir de 2027. A proposta ainda precisa ser analisada pelo Senado, onde enfrenta resistência.
A discussão surge após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a redistribuição das bancadas estaduais com base no Censo de 2022. Pela decisão, alguns estados deveriam perder e outros ganhar deputados, mantendo o total atual de 513. No entanto, a proposta aprovada na Câmara não reduz cadeiras de estados que tiveram queda populacional, apenas acrescenta onde houve crescimento.
Veja como ficaram os aumentos no IOF:
IOF – Seguros
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Antes: não havia alíquota para aportes mensais.
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Agora:
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Mantido em zero para aportes mensais de até R$ 50 mil.
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Passa a ser de 5% para planos VGBL ou previdência com aportes mensais acima de R$ 50 mil.
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IOF – Crédito para empresas
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Cooperativas de crédito:
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Mantido em zero para operações até R$ 100 milhões ao ano.
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Acima desse valor, passam a ser tributadas como empresas comuns.
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Crédito para pessoas jurídicas:
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Antes: 0,38% fixo + 0,0041% ao dia.
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Agora: 0,95% fixo + 0,0082% ao dia.
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Empresas do Simples Nacional (operações até R$ 30 mil):
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Antes: 0,38% fixo + 0,00137% ao dia.
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Agora: 0,95% fixo + 0,00274% ao dia.
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Operações que seguem isentas: crédito rural, Fies, programas de geração de emprego e renda, operações entre instituições financeiras e adiantamento de salário ao trabalhador.
IOF – Câmbio
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Cartões internacionais e remessas ao exterior:
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Antes: 3,38% em 2024 e 1,1% para alguns casos.
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Agora: IOF unificado em 3,5%.
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Após recuo do governo: mantida a alíquota de 1,1% para remessas destinadas a investimentos.
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Empréstimos externos de curto prazo:
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Antes: 6% até 2022, depois zerado a partir de 2023.
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Agora: 3,5%, considerando “curto prazo” como até 364 dias.
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Transferências para aplicações de fundos no exterior:
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Antes: zero.
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Com o decreto: passaria a 3,5%.
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Após recuo: permanece isento.
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Operações não especificadas:
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Entrada: mantida em 0,38%.
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Saída: passa a 3,5%.
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