O deputado estadual Soldado Prisco (PSC) acusou, nesta terça-feira (22), omissão da Assembleia Legislativa da Bahia na operação conjunta que culminou na apreensão do veículo usado pelo parlamentar e na interdição das sedes da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares e seus Familiares (Aspra) em 20 municípios baianos. A ação foi feita em resposta ao movimento de greve de policiais e bombeiros militares ligados à instituição deflagrada no último dia 8.

Em tom de indignação, Prisco usou o expediente de 10 minutos da liderança do PSC e PSDB para bradar contra os parlamentares presentes e ao deputado Alex Lima (PSB), que presidia a sessão e no momento da operação estava como presidente em exercício da Assembleia.

“Na última semana, quando eu sofri um atentado e vi vossa excelência [Alex Lima] perguntar sobre o carro e que iria abrir uma investigação. O carro é do Poder Legislativo, não poderia em nenhum momento ser violado como foi pelo major da Polícia Militar, sem a presença de oficial de Justiça. O carro da Assembleia tem imunidade parlamentar e esta Casa não protegeu os seus”, bradou Prisco.

O deputado ainda acusou o governo do Estado a sequestrar 19 pessoas sem medida coercitiva, prática, segundo ele, já proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Vou explicar aqui os absurdos que este governo, junto ao Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública, fez no dia em que a entidade de classe foi fechada. Coisas que vocês, deputados do PT, vêm aqui direto e falam, externam preocupação na Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal determinou o fim da medida coercitiva, pois este Estado ampliou isso. No dia em que a Aspra foi invadida pela Polícia Militar e pelo Ministério Público, lá tinham 19 pessoas, entre civis e militares, e foram sequestrados pelo Draco para a Corregedoria da Polícia, sem mandato judicial, sem medida coercitiva que não existe mais”, lamentou Prisco que acabou seu discurso emocionado.

O líder governista, deputado Rosemberg Pinto, não deixou por menos a acusação feita pelo deputado Soldado Prisco (PSC) ao acusar de omissão a Assembleia Legislativa da Bahia ao ter seu carro oficial violado e apreendido em operação contra a Associação dos Policiais e Bombeiros Militares e seus Familiares (Aspra). Em duro discurso na tribuna, o petista afirmou, na tarde desta terça-feira (22), que “quem deve satisfação a essa Casa é o deputado Prisco”.
Em aparte, o deputado estadual Paulo Rangel (PT) também criticou Prisco. “Não foi nem motim, porque existe motim legítimo. O movimento seja ele motim, greve, ele não teve credibilidade nenhuma. Não foi aprovado pela maioria e não contou com a adesão da tropa. Foi algo talvez impensado e se tornou uma irresponsabilidade muito grande e perigosa. Foi uma brincadeira de mal gosto o que se fez aqui na Bahia: se colocou à vida da sociedade em risco através de uma manifestação de uma ampla e massiva minoria”, completou.