“Qual empresário irá investir num setor que durante a pandemia já acumula um prejuízo de R$14 bilhões?”, questiona o empresário Domingos Pereira ao comentar sobre a crise no transporte público de Alagoinhas

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Com o anúncio do reajuste de R$0,70 na tarifa de ônibus decretada pelo prefeito de Alagoinhas, Joaquim Neto(PSD), nesta semana, uma discussão acerca do valor e da necessidade ou não de rediscussão de todo o sistema de transporte público na cidade ganhou corpo. Enquanto uns defendem a discussão para o subsidio do transporte que permita a empresa ter capacidade para arcar com os custos reais do serviço, outros, incluindo alguns vereadores, encampam uma campanha pela manutenção do valor atual de R$3,20.

A prefeitura de Alagoinhas alega que a tarifa de R$3,90, ou R$3,70 para quem adquirir os créditos através da bilhetagem eletrônica, permitirá que diversas linhas que não contam com o serviço desde a saída da empresa Avanço sejam contempladas, através de um sistema de integração de ônibus. Na última quinta-feira(06), vereadores de oposição e alguns sindicalistas liderados pelo ex-vereador Radiovaldo Costa(PT), promoveram uma manifestação contra o ato da prefeitura. Eles pediam a revogação do decreto, mas a manifestação naufragou diante da falta de adesão popular.

Em artigo publicado no site Politica com Empreendedorismo, o empresário Domingos Pereira, comerciante da cidade, criticou a postura dos idealizadores da manifestação. Segundo ele, tudo não passou de “um movimento politico que teve pouca ou quase nenhuma adesão popular”.

O comércio de Alagoinhas, bastante afetado pela crise dos ônibus, tem defendido há algum tempo o subsidio ao transporte coletivo como forma de dar à empresa concessionária do serviço condições para que possa investir na melhora na qualidade do serviço. Para Domingos “uma tarifa justa seria no mínimo o valor equivalente, para compensar a diferença dos custos.”, algo muito distante, mesmo com o valor em R$3,90.

Segundo estudos de consultoria contratado pela SMTT, para custear o sistema, a tarifa do ônibus em Alagoinhas hoje deveria estar custando algo no entorno de R$5,40(valor para custear combustível, salário, manutenção dos ônibus, renovação de frota, etc). Para que todo esse valor não recaia sobre o usuário pagante, vários segmentos sociais tem defendido que a prefeitura pague parte desse valor, através de subsidio. Algo parecido ocorre com o Restaurante Popular de Alagoinhas. O custo real de cada almoço fornecido pela empresa é R$9,00, porém o consumidor só paga R$3,00, os outros R$6,00 é pago pela prefeitura.

“No lugar de combater a medida e forçar um preço impraticável, os governos têm que participar com alguns subsídios assim podendo reduzir o impacto no orçamento do cidadão e mantendo o transporte publico funcionando com um preço justo. Situação complicada! Cara para quem paga e pouco para quem recebe.”, diz Domingos em seu artigo.

Ele também questiona a postura de alguns vereadores que tem se posicionado contra o reajuste. “Alguns vereadores que aprovaram o novo código tributário, o qual gerou o maior aumento da carga tributária, estão querendo impedir um aumento necessário na tarifa do transporte coletivo…. Os vereadores que aprovaram o novo código tributário, não tem moral para ir numa rádio reclamar de reajuste de tarifas de ônibus, sendo que todos sabem que em razão dos constantes aumentos dos combustíveis, estão realmente defasadas”.

O comerciante ainda questiona, “Qual empresário irá investir num setor que durante a pandemia já acumula um prejuízo de 14 bilhões, devido à baixa rotatividade de passeiros e as altas constantes de combustível, que já acumula um aumento de 64% contra um reajuste nas tarifas de ônibus de 22%?”. A conta não fecha.

O empresário conclui dizendo que “nesse momento é preciso um esforço de toda sociedade organizada para buscar uma solução para o falido sistema de transporte no Brasil. Senhores políticos não é fazendo movimento em frente a prefeitura para exigir a revogação de um reajuste na defasada tarifa que vocês irão contribuir para solucionar o problema de transporte coletivo de Alagoinhas dentre outros graves problemas sociais.”.

Veja na íntegra o artigo escrito por Domingos Pereira: https://politicacomempreendedorismo.wordpress.com/2022/01/08/quando-o-movimento-e-politico-o-povo-nao-adere/

Por Caio Pimenta para o News Infoco