Um torcedor menos fanático, ou aquela pessoa que não torce para Bahia nem Vitória, mas gosta de futebol e assistiu ao Ba-Vi de domingo (1), o primeiro da final do Campeonato Baiano, certamente olharia para Marco Antônio e diria: “Esse cara veio de onde?”. 

Era quase impossível que alguém que estivesse vendo o camisa 30 pela primeira vez identificasse que aquele cara que estava ‘comendo a bola’, no bom baianês, se tratava de um garoto paraense, de apenas 20 anos e que disputava o seu primeiro Ba-Vi na categoria profissional.

Mas era exatamente isso, e Marco Antônio aproveitou a oportunidade. Habilidoso e ligeiro, foi ele o responsável pelas principais jogadas do Bahia no primeiro tempo. Sempre pelo lado esquerdo, ganhou quase todas as jogadas que tentou diante do experiente Lucas, lateral-direito do Vitória.

O primeiro reconhecimento veio da arquibancada da Fonte Nova, de onde os torcedores presentes o aplaudiram muito quando ele foi substituído por Allione, já na etapa final. Em seu nono jogo como profissional, o menino que foi contratado para a divisão de base em 2016 – após enfrentar o tricolor na Copa São Paulo pela Desportiva Paraense – deixou uma ótima impressão para quem ainda não o conhecia.

“Fico feliz, a gente não espera ali (os aplausos). Só quero jogar meu futebol. Foi o segundo jogo que saio aplaudido. Agradeço a confiança que eles estão me dando e eu só posso retribuir fazendo gol, dando passe, jogando bem e dando minha vida por eles”, disse o garoto após a partida.

A atuação também foi exaltada pelo técnico Guto Ferreira, na entrevista coletiva. “Marco está em progressão e tirei ele faltando 15 minutos, está chegando próximo dos 90 (minutos em campo). Fez uma partida fantástica, cada vez melhor. É rezar para que ele continue nessa pegada”, analisou o treinador tricolor.

Os elogios foram bem recebidos pelo meia, que retribuiu. “Eu fico feliz pelo Guto estar me dando essa oportunidade. Só procuro jogar meu futebol. Quero ganhar títulos e fico muito feliz por estar sabendo agarrar essa oportunidade e por esse reconhecimento dele e da comissão técnica”.

O foco do jovem, além da final do campeonato, é renovar o contrato que acaba em maio o quanto antes, para poder permanecer no clube que o acolheu. “Meu contrato está acabando, sempre falo com o presidente: ‘E aí, presida, bora?’. Minha esperança é ficar aqui no Bahia. Quero ficar aqui, gosto daqui, já me acostumei. Os meninos me abraçam de uma maneira que eu gosto. Eu não quero sair daqui, quero renovar para ficar cinco, dez anos aqui no Bahia. Fazer história, ganhar títulos, esse é meu foco”, garante.

Depois de vencer por 2×1 na Fonte Nova, o time dele precisa pelo menos empatar o jogo de volta, no próximo domingo (8), no Barradão, para comemorar o título estadual.

Luan 
Foi o primeiro clássico também do garoto Luan, do Vitória, de apenas 19 anos. Diferentemente do rival tricolor, ele não foi titular. Mas sua entrada em campo, na volta do intervalo, ajudou o rubro-negro a crescer de produção.

Aos 13 minutos do segundo tempo, Luan ainda marcou o único gol do Vitória na partida, o primeiro dele como profissional. Alento de um futuro promissor para os jovens da dupla Ba-Vi.

 

Fonte:Correiodabahia