Um relatório da Polícia Federal revelou detalhes sobre o padrão de vida de Cecília Rodrigues Mota, uma das investigadas por envolvimento em um esquema bilionário de fraudes no INSS. Segundo o documento, ela realizou 33 viagens entre janeiro e novembro de 2024 — muitas para o exterior — e adquiriu artigos de luxo incompatíveis com sua renda oficial.
Os dados apontam um salto expressivo nas viagens em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados apenas oito deslocamentos. Os destinos incluíram cidades como Dubai, Paris e Lisboa, o que, segundo a PF, configura um “volume atípico”. Cecília é apontada como presidente de fachada de diversas associações suspeitas de aplicar golpes em aposentados e pensionistas.
Além da frequência das viagens, o relatório destaca que ela costumava estar acompanhada por pessoas ligadas às entidades sob investigação. Algumas delas carregavam “muitos volumes de bagagem” e figuram como beneficiárias de transferências vultosas — uma delas no valor de R$ 400 mil. Um dos investigados teria recebido R$ 1 milhão de Cecília apenas em março de 2024. No mesmo período, uma empresa ligada a Antonio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, teria repassado outros R$ 6 milhões.
“Nesse contexto, reforçam-se as evidências de conexão entre os operadores financeiros do esquema investigado e as viagens por eles realizadas”, diz o relatório.