Retirada de PL da OS na Câmara de Alagoinhas expõe hipocrisias e dificuldades para solucionar os problemas da Saúde – Por Caio Pimenta

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Queridos leitores, acompanhando os acontecimentos, o desenrolar do processo que culminou na retirada do Projeto de Lei, de autoria do executivo municipal, que permitiria a contratação de Organizações Sociais(OS) sem fins lucrativos à gestão de unidades de saúde da rede municipal de Alagoinhas, percebemos mais uma vez as deficiências da nossa classe politica que neste momento define os rumos de nossa cidade.

Ver vereadores da oposição(Luma Menezes(PDT), Jaldice Nunes(UB), Thor de Ninha(PT), Juci Cardoso(PC do B) e Luciano Almeida(UB) ) se colocando ferozmente contra tal pauta é no minimo hilário. É preciso destacar que o governo do estado, liderado pelo PT com apoio do PC do B, é adepto de tal prática. E que a prefeitura de Salvador, vitrine dos carlistas e pedetistas, também! Difícil acreditar que esta contrariedade exposta pela oposição ao projeto, é conceitual. Fica explicito que tal posicionamento é exclusiva conveniência de momento, já que o executivo é ocupado por adversário politico(Joaquim Neto).

Por outro lado, a base governista mostra mais uma vez ser o calcanhar de aquiles do Governo. Virtualmente o prefeito tem uma base com 12 vereadores, o que faria com que ele aprovasse o que quisesse. Assim era na Assembleia Legislativa da Bahia(ALBA) até bem pouco tempo, quando o governador tinha os apoios do PP e PDT, e assim maioria confortável para impor seu rolo compressor. A base governista em Alagoinhas, que possui diversas indicações politicas na gestão municipal, coloca o prefeito em situação vexatória. Durante o processo, o deixou ser alvo de críticas da oposição, sem fazer sequer uma minima defesa. Deixou o Governo sangrar e ser alvo de todos os tipos de manifestações de servidores municipais e sindicatos para só depois impor a retirada do projeto. Difícil não perceber que a intenção da base era justamente essa, colocar na cota do executivo mais uma derrota. O relacionamento está claramente em crise.

Por último, mas não menos importante, é preciso mencionar a falta completa de organização do executivo municipal. Não há a menor preocupação em definir e preparar a defesa da matéria em que acredita. Envia projetos à Câmara de Vereadores sem ter assegurado o apoio sequer da própria base, e inicia o processo de seus próprios desgastes políticos. Vejam vocês que após protocolar este projeto na Casa Legislativa, o prefeito Joaquim Neto posou numa foto em frente ao Hospital Regional Dantas Bião junto com algumas pessoas para parabenizar o Governo do Estado por assumir a gestão da unidade. Com esse ato, ele próprio se coloca contra uma ideia que ele apresenta!

Essa PL não deveria ser retirada de pauta. Na verdade ELA NUNCA DEVERIA TER SIDO APRESENTADA!

Apesar de reconhecermos que a tese de cessão da administração da saúde para organizações sociais sem fins lucrativos signifique em certos pontos uma solução para as burocracias e ineficiências da Administração Pública, na prática, aqueles a quem cabe a execução desta tese, quase sempre a viciam e a degeneram, fazendo que as mesmas sirvam quase que exclusivamente para favorecimento de aliados políticos que detêm o controle de empresas travestidas de Organizações Sociais.

O momento escolhido para pautar o projeto também foi o pior possível, justamente quando o Hospital Regional Dantas Bião passa por um processo dramático e há um grande questionamento sobre os benefícios de tal medida.

Para aqueles que festejam a retirada da proposta(mais pela derrota do prefeito do que por qualquer outra coisa), vai um recado: A SAÚDE AINDA CONTINUA COM SEUS PROBLEMAS. Reclamações de falta de médicos, medicamentos, exames, cirurgias… E isso não vem de hoje: entra Governo e sai Governo e são os mesmos problemas.

Quais as soluções para resolvermos esse problema? Essa é a pergunta que até aqui nossa classe politica dirigente(prefeito e vereadores) tem falhado em não apresentar as respostas.

Precisamos de menos politicagem e mais compromisso com o povo!

Escrito por Caio Pimenta, advogado, âncora do programa Primeira Mão, da radio Ouro Negro 100,5 FM. Ele também escreve sua coluna no site News Infoco, do qual é editor- chefe e dirige a radio web 2 de julho.