Se por um lado a reunião ocorrida ontem(07) no Hotel Absolar entre governo, vereadores e entidades representativas, não teve nenhum grande avanço do ponto de vista prático, por outro lado, deixou explicito as dificuldades que as partes envolvidas terão para se chegar a um consenso sobre o que se fará a respeito do novo código tributário de Alagoinhas.

Os tributaristas contratados pela prefeitura na reunião insistiram e demonstraram diversas irregularidades e inconstitucionalidades presentes no código tributário e pediram mais uma vez a revogação do código. A procuradoria da prefeitura, juntamente com a secretaria da fazenda, ignoraram os apelos e demonstraram não ter nenhum interesse nessa discussão, propondo apenas discutir correções relacionadas basicamente as alíquotas dos tributos. Ontem, o procurador do município, James Gautero, chegou a se exaltar desafiando a equipe de tributaristas que assessoravam as entidades representativas à judicializarem a discussão e requererem na justiça a revogação. A atitude, relatada a este News Infoco por várias pessoas presentes na reunião, foi vista como mais uma prova da intransigência do governo nas discussões.

Um outro fato que não passou despercebido foi o desinteresse por parte dos vereadores da base e da bancada Juntos Somos Mias Fortes, agora jocosamente apelidado de Centrão pela população, em referencia ao bloco parlamentar presente na Câmara Federal conhecido por seu fisiologismo.

Diante da importante discussão de um fato que tem trazido dor de cabeça para o contribuinte alagoinhense, alguns vereadores claramente demonstravam desinteresse pela reunião. Uns mexiam no celular a todo o momento, em um evidente exemplo de indiferença, já outros, como os vereadores Anderson Baqueiro e Gode, simplesmente se retiraram do local antes do término do evento.

As piores cenas ficaram a cargo dos vereadores do ‘Centrão’, professor Arão e Codoro. Enquanto o primeiro em seu discurso, numa cena bastante constrangedora para os presentes, só faltou pedir desculpas de joelhos ao prefeito Joaquim Neto, que estava presente no local, por sua declaração dias atrás quando criticou a falta de ação do governo na resolução do impasse envolvendo o código, o segundo pediu para que a reunião acabasse logo, denotando pressa e ignorando por completo a complexidade da discussão que ali era travado entre técnicos do governo e especialistas contratados pelas entidades representativas.

Próxima sexta-feira(11) está agendada uma nova reunião, esperamos que desta vez se tenha um melhor aproveitamento. O povo alagoinhense clama por seriedade na postura dos atores envolvidos na discussão.

Por Caio Pimenta para o News Infoco