O governador Rui Costa (PT) disse que recebeu uma proposta do Grupo Reag de parceria público-privada (PPP) para a implantação de um complexo na área do Parque de Exposições, com um Centro de Convenções e outros empreendimentos. Pelo projeto, a empresa seria responsável por construir, além do equipamento, um hospital com a bandeira do Einstein, dois hotéis e um shopping de mobiliário. O governador ressaltou, no entanto, que vai publicar a proposta e abrir o prazo legal para que outros interessados se manifestem, como determina a legislação. A previsão de área construída é de aproximadamente 40 mil m².

Apesar de avançar o projeto de edificar o Centro de Convenções na Avenida Paralela, Rui Costa não descartou a hipótese de o complexo ficar na área da Marinha, no Comércio. As Forças Armadas cederam um terreno para construir o equipamento, mas a Superintendência do Patrimônio da União na Bahia (SPU-BA) – órgão federal – ainda precisa autorizar a liberação. O chefe do órgão, Ricardo Saback, disse, nesta semana, que o pedido para confirmação não chegou, até o momento, na instituição. “Vou trabalhar as duas áreas em paralelo. A que ficar pronto o processo mais rápido, é a que vamos tocar para que a gente escolha o melhor projeto, o que pode caminhar mais rápido”, pontuou Rui Costa, durante apresentação para a imprensa da nova Via Barradão. Com aproximadamente quatro quilômetros de extensão, a nova via será inaugurada hoje e fará a ligação entre a Avenida Paralela e o Estádio Manoel Barradas, o Barradão.

Salvador está sem Centro de Convenções desde 2015, quando o que funcionava no bairro do Stiep foi fechado para obras de restauração. Parte do prédio desabou em 2016 e o governo decidiu desistir de manter o complexo no lugar. Diante da demora da administração estadual de anunciar um projeto para construção de um novo equipamento, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), informou, em outubro do ano passado, que o Município iria edificar um próprio empreendimento, na região do antigo Aeroclube, ao lado do Parque dos Ventos.

Na ocasião, o chefe do Palácio Thomé de Souza afirmou que a capital baiana “não precisava de dois espaços” semelhantes e mandou Rui gastar o recurso com “outra coisa”. O governador não gostou e rebateu. “Salvador precisa construir posto de saúde. Só tem 31% [de cobertura]. Salvador precisa construir creche. É a pior educação infantil do Brasil. Se o Estado vai construir [o Centro de Convenções], o Município poderia utilizar esses recursos e construir creches para as crianças que estão precisando”, salientou.

Governador reitera que PT pode apoiar outro candidato

O governador Rui Costa reiterou, ontem, que o PT pode desistir da candidatura a presidente da República, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja impedido de disputar o pleito. Neste cenário, o partido apoiaria um aliado. “Se Lula puder ser candidato, ótimo. Se não puder, vamos discutir um nome. Não necessariamente precisa ser do PT, porque a gente tem que passar ideia de que o interesse maior é a nação brasileira”, declarou.

O chefe do Palácio de Ondina evitou, no entanto, citar um nome que o PT pode apoiar. Nos bastidores, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é o que tem mais força para receber o aval do Partido dos Trabalhadores. Rui Costa afirmou, também, que houve uma primeira reunião entre legendas aliadas da sua sigla para discutir o cenário da eleição presidencial e contou que pretende participar do segundo encontro, previsto para o final de fevereiro.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, e ampliou a pena de nove anos e seis meses para 12 anos e um mês para Lula. Com a permanência da punição, o ex-chefe do Palácio do Planalto deve ter a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa.

Por Rodrigo Daniel Silva
Fonte:Tribunadabahia