‘Se eu fosse candidato, eu ganharia no primeiro turno’, diz Lula

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O ex-presidente Lula em depoimento à juíza Gabriela Hardt

[sg_popup id=”7861″ event=”inherit”][/sg_popup]O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou na quarta-feira, 14, a Operação Lava Jato de ter o tirado do “processo eleitoral” porque ele poderia ter ganho a disputa “no primeiro turno”. Preso desde 7 de abril e condenado a 12 anos e um mês de prisão, o petista teve sua candidatura indeferida, devido ao impedimento legal e falou sobre a disputa eleitoral pela primeira vez, em audiência em que foi ouvido como réu do processo do sítio de Atibaia (SP). “Vocês até já conseguiram me tirar do processo eleitoral. Porque sabiam que se eu fosse candidato eu ganhava no primeiro turno as eleições. A primeira coisa foi me condenar de forma apressada para me tirar…”, disse Lula, em um dos vários entreveiros entre o ex-presidente, sua defesa e os membros do Ministério Público Federal presentes na audiência. Em depoimento no processo em que é acusado por suposto recebimento de R$ 1 milhão em propinas nas reformas do sítio de Atibaia (SP), o ex-presidente disse não ser o dono da “chácara” nem ter pedido nem pago as obras feitas pela Odebrecht e pela OAS no imóvel. Ouvido pela terceira vez na Lava Jato, Lula ficou pela primeira vez frente a frente com a juíza federal Gabriela Hardt, substituta do juiz Sérgio Moro, que tirou férias e anunciou sua demissão para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Em audiência de quase três horas de duração, carregada de tensão e bate-bocas, Lula disse que os processos da Lava Jato são “uma farsa”. “O que aconteceu com o apartamento, o Moro dá um julgamento aqui, eu sou acusado por fato indeterminado, o apartamento não tem nada a ver com a Petrobrás, mas eu estou na Lava Jato. E foi colocado na Lava Jato pelo Ministério Público só para me trazer para cá”. “Ainda vamos provar a verdade”. A juíza Gabriela Hardt repreendeu em mais de um momento Lula, para que ele mudasse o “tom” e que respeitasse sua autoridade na condução da audiência – iniciada às 14h e concluída por volta das 18h. Antes do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e réu, foi interrogado. “Se ele (Lula) fugir do assunto e começar com discurso político, doutor, infelizmente, eu estou comandando a audiência, e vou ter que cortar”. O procurador da Repúbica Athayde Ribeiro Costa afirmou que respeitava Lula. “O Ministério Público não tem interesse de condenar pessoas por fatos que são falsos. O senhor está aqui para se defender”.

Estadão