A saída de Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres, anunciada na última segunda-feira (5), teve forte articulação do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira.
De acordo com a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, o publicitário baiano vinha defendendo abertamente a exoneração da ministra e chegou a tratar do tema diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sidônio manifestava insatisfação com a gestão de Cida e atribuía a ela parte da queda na popularidade do presidente, especialmente entre o eleitorado feminino — base essencial de apoio ao petista.
Aliados de Lula interpretam a saída como uma derrota simbólica para a primeira-dama Janja da Silva, de quem Cida era próxima. Embora a troca já fosse considerada provável, sua efetivação teria deixado evidente um enfraquecimento da influência de Janja dentro do núcleo do governo.
Nas redes sociais, Janja se pronunciou em tom de reconhecimento. “Querida Cid, seu trabalho e dedicação como ministra das Mulheres foram essenciais e extremamente valiosos para as mulheres do Brasil”, escreveu.
Além da pressão de Sidônio, o próprio presidente Lula vinha demonstrando insatisfação com a condução da pasta. Apesar disso, o Palácio do Planalto não divulgou oficialmente os motivos da exoneração.
Nova titular
Para substituir Cida, o governo nomeou a assistente social Márcia Lopes, que já comandou o Ministério do Desenvolvimento Social durante o segundo mandato de Lula.
Antes da confirmação no cargo, Márcia se reuniu com o presidente e com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), em um gesto de alinhamento político.