A Fundação Iraci Gama de Cultura (Figam) passa a abrigar o projeto Estação de Memórias de Alagoinhas. A inauguração do espaço aconteceu na noite desta quarta-feira, 29, reunindo autoridades e a sociedade em geral. A exposição, que é permanente e aberta para visitação gratuita, está instalada na Estação São Francisco, localizada no bairro Dois de Julho, nas proximidades do Centro da cidade. A iniciativa tem apoio da Prefeitura de Alagoinhas, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (Secet), e faz parte de um trabalho de resgate patrimonial que é fruto da parceria entre a empresa VLI, administradora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), e a Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Todo o processo de montagem da Estação de Memórias aconteceu a partir das lembranças da população de Alagoinhas, num processo de cocriação com as comunidades. Dos encontros e entrevistas foram identificados casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o período da movimentação que os trens causavam na cidade. Todo esse resgate foi transformado em espaços expositivos.

“Em todas as estações que a gente entregou, e essa é a 16ª estação, nós ouvimos as pessoas. O objetivo não é construir um projeto de memória, mas construir um projeto de memória com a comunidade e que seja da localidade que está recebendo o projeto. Essa é a grande riqueza da metodologia e do trabalho que é feito. Especialmente em Alagoinhas, o projeto tem uma grande diferença, pois partiu de um acervo muito rico, que já era cuidado há muitos anos aqui pela Figam e pela professora Iraci Gama. A população e os visitantes vão ver que há um acervo grande de objetos. O projeto entregue nos deu muito orgulho, e temos certeza de que a população também irá se orgulhar”, disse a gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, que destacou ainda que o processo de preservação da história vem para deixar um legado à sociedade.

“A preservação do patrimônio histórico e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como é o caso de Alagoinhas. A companhia se orgulha por fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, frisou.

O prefeito em exercício, Luciano Sérgio, relembrou o histórico familiar ligado às memórias dentro da Estação São Francisco, uma vez que seu pai, Seu Júlio, foi ferroviário. “A minha presença aqui é uma retomada da minha própria história e da história da minha família, e toca em coisas muito sensíveis ao meu coração. Quando eu vi que parte do projeto trata das memórias, também orais, e que as pessoas foram entrevistadas, aí eu me lembro da figura do meu pai. Neste local temos uma história forte, firme e essencial para Alagoinhas, e abrir as portas desse novo espaço, a Estação de Memórias, faz a gente mergulhar na nossa história, faz a gente recordar nossos pais, lembrar os trabalhadores da ferrovia e os passageiros que aqui estiveram, e nos faz ver o crescimento e o desenvolvimento de Alagoinhas a partir daqui. Para além da Estação de Memórias, destaco também que a restauração da ferrovia não pode ser apenas uma promessa, mas sim um compromisso — uma luta pessoal minha, de Gustavo Carmo e de toda a nossa gestão, na qual todos estão empenhados em concretizar”, enfatizou.

O presidente da Figam, Adelmo Mattos, enfatizou a necessidade da preservação do passado da cidade. “A Figam é o retrato que nos mostra todos os dias a necessidade da preservação da cultura e, principalmente, faz com que Alagoinhas tenha em seu conteúdo maior a educação e a cultura. Queremos agradecer à VLI, que nos ajudou a enaltecer todo esse acervo que já tínhamos aqui em nosso prédio”, disse.