STF decide hoje se torna Aécio réu pelos R$ 2 milhões recebidos de Joesley

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir, nesta terça-feira (17), a respeito do recebimento ou não da denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ele é um dos alvos denunciados nos inquéritos resultantes da delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS. 

Composta pelos ministros Marco Aurélio Mello (relator), Alexandre de Moraes (presidente), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber, a Primeira Turma do STF deve começar a julgar o caso de Aécio Neves por volta das 14h, horário em que a sessão de hoje deve ter início..

De acordo com a denúncia, o tucano solicitou a Joesley Batista, em uma conversa gravada pela Polícia Federal (PF), R$ 2 milhões em propina, em troca de sua atuação política. Por causa disso, o senador foi acusado pelos crimes de corrupção passiva e tentativa de obstruir a Justiça. 

Além do senador, são alvos da mesma denúncia a irmã de Aécio, Andrea Neves, o primo dele, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), flagrado com dinheiro vivo. Todos foram acusados de corrupção passiva.

‘Ingênuo, mas inocente’

Na véspera do julgamento, nessa segunda-feira, o senador reconheceu que “cometeu erros” e disse que “foi ingênuo” ao aceitar empréstimo de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista , da JBS.

Apesar disso, o segundo presidenciável mais votado nas eleições de 2014 garantiu que “não cometeu nenhuma ilegalidade” e que não praticou “um ato sequer em favor da JBS”. 

Em artigo publicado nesta segunda-feira (16) no jornal  Folha de S.Paulo ,  Aécio disse que foi pego em uma “armadilha montada por criminosos” e repetiu a versão de que pretendia vender um apartamento a Joesley para conseguir arcar com os custos de sua defesa na Operação Lava Jato.

“Errei em aceitá-lo. Mas não cometi nenhum crime. Não houve nenhum prejuízo aos cofres públicos. Ninguém foi lesado. Não houve vantagem indevida, e a própria Procuradoria-Geral da República indicou que não houve nenhuma contrapartida no caso. Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles. Mas não cometi nenhuma ilegalidade”, escreveu o senador.

Além de dizer que se “penitencia diariamente” pelos seus “erros”, Aécio afirmou que se “arrepende profundamente” das “brincadeiras injustificáveis e de enorme mau gosto”, além do “vocabulário inadequado” utilizado no encontro que teve com Joesley num hotel em São Paulo.

Foi nessa conversa, gravada pelo empresário e que embasa a denúncia da PGR, em que o senador sugere o envio de alguém que possa ser morto para retirar o dinheiro que Joesley estava emprestando (“Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação”).

Também ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de ação penal contra o senador Aécio Neves . Se o pedido for aceito, o senador se tornará réu do processo.

Fonte:ig