Hoje, a partir das 18h30, no Estádio de Pituaçu, será realizado mais um dia do 13ª edição do Fórum Social Mundial de 2018. Só que será um dia diferente, tendo o “Ato em Defesa da Democracia” como ápice do evento em Salvador, com a presença de lideranças políticas do Brasil e do exterior. Organizadores esperam mais 60 mil pessoas no desagravo ao ex-presidente Lula. O petista dividirá o palanque com os ex-presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, José Mujica, do Uruguai, da Argentina, Cristina Kirchner, além de Dilma Rousseff. Será sua última aparição pública de Lula antes da iminente prisão, a pedido dos advogados. O governador Rui Costa também deve marcar presença no local.

O fórum começou na última terça-feira, com uma marcha de abertura realizada no Campo Grande. Desde então, estão sendo realizadas mesas de debates sobre os mais diversos assuntos com lideranças e ativistas de esquerda. “O Fórum está bem concorrido, nem o sol e nem a praia tirou a gente daqui. As pessoas estão participando ativamente”, brada a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), à Tribuna. “Os debates estão cheios, sobretudo, nos nas discussões que envolvem democracia e democratização da comunicação. São ativistas e pessoas de todas as tribos e lutas que se encontram para discutir uma agenda do Brasil. Então, é muito bonito ver isso tudo acontecer”. “A vinda de Lula para o Fórum já estava programada muito antes da absurda condenação, então não tem absolutamente nenhuma relação. Lula foi um presidente de extrema importância, o melhor do Brasil, e esse reconhecimento é mundial – como se pode ver nos fóruns internacionais, nos títulos concedidos a ele. O FSM 2018 reconhece a importância de Lula para a causa social”, completa a vereadora Marta Rodrigues (PT).

O Fórum Social Mundial (FSM) é organizado por movimentos sociais de vários continentes, com o objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global. O evento nasceu em Porto Alegre, em 2001, e é uma iniciativa que promove um encontro democrático de ideias, com o objetivo de incentivar debates, aprofundamento da reflexão coletiva, troca de experiências e a constituição de coalizões e de redes entre os movimentos da sociedade civil organizada. Com mais de 1,5 mil coletivos, organizações e entidades cadastradas e cerca de 1,3 mil atividades inscritas, o FSM 2018 tem representantes do Canadá, Marrocos, Finlândia, França, Alemanha, Tunísia, Guiné, Senegal, além de países panamazônicos e representações nacionais. A programação completa do FSM pode ser conferida no site do evento (bit.ly/2peJ3V0).

“Ataque a ex-presidente está sendo repudiado”, diz Florence

O deputado federal Afonso Florence (PT) reforçou a ideia de que o Fórum Social Mundial em Salvador servirá para “mostrar a insatisfação da população” com a condenação de Lula. Em janeiro, três desembargadores do TRF-4 decidiram ampliar a pena do ex-presidente para 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado. O encarceramento deve acontecer nos próximos dias. “O Fórum Social Mundial tem uma marca histórica a essa altura. Ele se contrapõe ao fórum das corporações e dos países ricos. E agora há um ataque aos direitos sociais, econômicos, civis, LGBTs, do trabalho, dos negros, dos índios e quilombolas no Brasil e no mundo. Então, esse fórum tem essa pauta de lutas sociais, com muitos participantes de outros países. Está muito representativo”, disse à Tribuna.

“O ataque ao ex-presidente Lula está sendo repudiado pela maioria da população brasileira. A aprovação do [juiz Sérgio] Moro é menor do que a rejeição de Lula. Não tem crime e não tem prova. O ataque a Lula é um ataque aos direitos do povo e dos povos. Por isso, a vinda de Lula amanhã, espontaneamente, será um desagravo do povo brasileiro”, completa.

 

Fonte:tribunadabahia
Por Henrique Brinco