Transexuais devem ser preferencialmente revistadas por policial mulher no Carnaval de Salvador, recomenda Defensoria Pública

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A bancada do programa Primeira Mão, na última quinta, 20, dia da abertura oficial do Carnaval de Salvador, discutiu sobre a recomendação da Defensoria Pública à Policial Militar de que se prefira utilizar mulheres para a revista de transexuais e que o transexual possa escolher o gênero do/a policial que ele deseje que seja feita a revista dele. Que também se use pronomes de tratamento de acordo com a escolha de gênero do abordado e que a/o chame pelo pré-nome por ele/ela escolhido. Marconi Williams considerou que a recomendação não leva em conta o desejo da policial feminina, já que ela não costuma revistar homens. O comentarista acha que tudo parte de um interesse político de contentar um segmento que cresce vertiginosamente para no futuro ter simpatia dos seus integrantes na hora do voto.

Caio Pimenta considera que deve-se olhar para o aspecto legal, esclarecendo que a sociedade e a cultura influenciam as regras, mas que o ordenamento jurídico tem um papel pedagógico no sentido de aprimorar pontos das tradições. Ou seja, mesmo causando estranhamento e perplexidade, a lei antecipa um direito sobre o qual a população ainda não se despertou. Quantos direitos temos hoje que seriam considerados absurdos no passado? A lei Maria da Penha, recebida como um avanço, seria um sacrilégio se tentassem implantá-la em um país muçulmano.

Houve a comparação das policiais com as ginecologistas, as mulheres preferem as médicas mulheres. E os homens também preferem as urologistas. José Gomes mencionou o quanto é delicada a questão dos banheiros públicos, especialmente no caso das crianças. Se bem que dentro dos banheiros há um nível de isolamento e privacidade para cada um atender a suas necessidades. O bom foi que a defensoria levantou uma discussão importante. Fica aqui a necessidade de deixar claro que a revista não dá direito ao policial apalpar o órgão sexual de ninguém, mas aquela passada de mão ligeira acontece, pois ali pode estar escondida uma arma. Esse detalhe é que torna tão discutível o assunto. Nesse caso a revista é constrangedora por si só, vamos combinar.