O vereador Thor de Ninha(PT), em entrevista concedida na manhã de hoje(19) ao programa Digital News, da rádio Digital FM, se posicionou contrário a utilização de qualquer recurso municipal, o chamado subsidio, para compensar a queda de receita no transporte público municipal de Alagoinhas, consequência da diminuição do número de passageiros pagantes. Ele disse, inclusive, ter votado contra o subsidio de R$ 2,4 milhões destinado a empresa em parcelas mensais entre janeiro e junho deste ano. Cidades como Salvador e Feira de Santana subsidiam o transporte.
O parlamentar afirmou que a população sofre com a falta de ônibus e com a precariedade da frota existente. Ele voltou a criticar a retirada da empresa Cidade das Águas do sistema, que deixou a concessão após a SMTT apontar descumprimento dos termo do contrato, e defendeu a realização de uma nova licitação do transporte.
Dados divulgados pela comissão de transportes da Câmara Municipal de Alagoinhas aponta que o déficit do sistema municipal de transporte ultrapassa a casa de R$ 1 milhão por mês, ultrapassando a cifra de R$ 12 milhões por ano. Isso quer dizer que, mesmo com o dinheiro arrecadado através do pagamento feito pelos usuários pagantes, a empresa concessionária recebe um valor muito menor do que prometido pelo contrato de licitação, o que inviabiliza maiores investimentos no serviço.
Dois dos integrantes da comissão, os vereadores Juracy Nascimento e Anderson Baqueiro, em entrevista concedida ao programa Primeira Mão, da rádio Ouro Negro FM, afirmaram que a destinação do subsidio de R$ 2,4 milhões visava complementar os recursos do vale transporte do funcionalismo que começaria a ser repassado para o sistema transporte, aportando valores entre R$ 600 mil e R$ 800 mil, o que resolveria o problema do financiamento do serviço.
O problema é que o sindicato dos servidores municipais não concordaram com a proposta e iniciaram uma greve que por pouco não comprometeu o ano letivo dos anos alunos da rede municipal. A prefeitura decidiu voltar atrás e continuar a pagar em dinheiro os valores do vale transporte.
O presidente do sindicato dos rodoviários de Alagoinhas, Gil Alagoinhas, em entrevista posterior concedida ao mesmo programa Primeira Mão, revelou que a empresa, contando apenas com R$ 2,4 milhões dos R$ 12 milhões prometidos para cobrir o déficit, decidiu priorizar a valorização de seus funcionários, cerca de 200 colaboradores, que receberam aumento salarial, após 2 anos sem reajuste, e outros benefícios, evitando a paralisação do sistema. Ele parabenizou a empresa, que segundo ele, não deve nem salários, nem direitos trabalhistas, e cobrou uma discussão para a criação de um subsidio que realmente cubra o valor total do déficit.
De acordo com Gil Alagoinhas, o problema do transporte público é de financiamento. O número de passageiros pagantes não consegue arcar com os custos e obrigações elencados no contrato de licitação. Ele cobrou do prefeito e dos vereadores uma solução.
Por Caio Pimenta para o News Infoco