Na sessão ordinária desta terça-feira (09), a vereadora Juci Cardoso chamou a atenção para o aumento da violência contra mulheres – em especial mulheres trans – e criticou a naturalização de discursos conservadores que, segundo ela, alimentam práticas de preconceito e extrema violência. A parlamentar trouxe ao plenário o caso de Rihanna Alves, mulher trans de 18 anos, assassinada no trajeto entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães após um desentendimento com um motorista de aplicativo.
Em seu pronunciamento, Juci relatou que o agressor contratou serviços sexuais com a jovem, discordou do valor combinado e, diante da possibilidade de ter o encontro exposto, reagiu de forma brutal.
“Ele estrangulou essa jovem, levou o corpo até a delegacia, confessou o crime e saiu pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. A vítima, morta, silenciada pela transfobia, pelo machismo e por uma sociedade que nega a diversidade”, afirmou.
A vereadora destacou que casos como o de Rihanna não podem ser tratados como exceções isoladas, mas como consequência direta de um ambiente social que – segundo ela – reforça normas de submissão sobre as mulheres e tenta negar a legitimidade das identidades trans.
“Este homem defendeu, naquela situação, a masculinidade que ele prega para a sociedade, rejeitando corpos como o dela, mas se relacionando com esses mesmos corpos em segredo. Não podemos normalizar essa contradição cruel”, declarou.
Juci relacionou o aumento da violência de gênero à difusão de discursos que reforçam estereótipos e hierarquias entre homens e mulheres, citando movimentos que difundem ideias de superioridade masculina.
“A escalada de feminicídios cresce junto com o discurso conservador que insiste em colocar as mulheres num lugar de submissão, num discurso ‘red pill’ de homens que se acham superiores”, disse.
Por fim, a vereadora Juci Cardoso reforçou que pessoas LGBTQIAPN+ têm direito de existir plenamente e de viver com dignidade, de acordo com os princípios do Estado democrático brasileiro.
“Nós precisamos dizer às pessoas LGBTQIAPN+ que elas têm direito neste país e não dar direito a machistas, travestidos de conservadorismo, se relacionarem com pessoas trans, mas as matarem para esconder isso”, cravou.
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Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas
Fotos – Jhô Paz



























