A situação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) voltou a ser tema central na sessão desta quinta-feira (18). As vereadoras Luma Menezes e Raimunda Florêncio chamaram atenção para o acúmulo de dívidas da autarquia, o alto índice de desperdício no abastecimento e a possibilidade de novos empréstimos para tentar equilibrar as contas.

A vereadora Luma Menezes destacou que a dívida ativa da SAAE já ultrapassa os R$ 30 milhões, incluindo débitos com o INSS, contas de energia em aberto com a Coelba e precatórios judiciais. Com base na prestação de contas realizada pelo diretor-geral da autarquia, Renavan Sobrinho, à Casa Legislativa, apontou que os recursos arrecadados atualmente não são suficientes para cobrir todas as despesas.

“Alagoinhas desperdiça cerca de 62% da água que é tratada. De cada três litros produzidos, apenas um chega às residências. Isso é inacreditável e insustentável para uma cidade conhecida como a terra das águas”, afirmou.

Em seguida, demonstrou ceticismo quanto à possibilidade de um novo empréstimo para reorganizar as finanças do órgão. Ela lembrou que, em operação anterior, de R$ 30 milhões, apenas R$ 9 milhões permaneceram no SAAE, enquanto R$ 21 milhões foram transferidos à Prefeitura Municipal durante o período eleitoral. “Quem garante que essa nova operação será de fato utilizada para salvar a autarquia e não para fins políticos?”, questionou.

Na mesma linha, a vereadora Raimunda Florêncio ressaltou que a atual situação da autarquia não pode ser atribuída apenas à gestão em curso, já que os débitos vêm de administrações anteriores. Para ela, não é justo que a população arque sozinha com o peso desse passivo. “Os outros gestores não fizeram nada pelo SAAE e agora todo o débito caiu nesta gestão. A população não vai pagar pelos erros dos outros, não tem jeito”, afirmou.

Por fim, questionou a ausência de informações sobre a aplicação dos recursos arrecadados ao longo dos anos. Para a parlamentar, a falta de transparência contribuiu para o colapso atual. “Nós precisamos saber para onde foi esse dinheiro do SAAE nas gestões passadas, porque hoje a autarquia está falida e a população não pode ser penalizada novamente”, concluiu.

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Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas

Fotos – Jhô Paz