A Câmara Municipal de Alagoinhas repercutiu, na sessão da última terça-feira (5), a denúncia de supostos maus-tratos contra um aluno com deficiência na Escola Municipal Hermes de Carvalho. O caso ganhou destaque após a mãe do estudante divulgar nas redes sociais um vídeo relatando que o estudante teria sido tratado com violência por um profissional de apoio.
O primeiro a abordar o tema foi o vereador Luciano Almeida, que demonstrou indignação com o relato e pediu apuração rigorosa da Secretaria Municipal de Educação. “Recebi o vídeo de uma mãe desesperada, que presenciou o profissional pegar o filho dela pelo braço e perguntar se ele era cachorro por ter mordido um colega. É um caso grave, que precisa ser apurado”, relatou.
Luciano Almeida destacou que a situação expõe um problema mais amplo na rede municipal: a falta de preparo dos profissionais de apoio que atuam com crianças com deficiência. “Esses profissionais, na maioria estagiários, são enviados às escolas sem treinamento adequado. Ganham pouco, não têm acompanhamento e ficam responsáveis por alunos que precisam de atenção especial. Isso é um risco e um desrespeito com todos os envolvidos”, pontuou.
O vereador Gleyser Soares informou ter visitado a escola e conversado com a direção logo após o ocorrido. Ele reforçou a necessidade de que a apuração seja conduzida com responsabilidade e equilíbrio. “É preciso ter cautela e ouvir todos os lados. Estive na escola, o profissional envolvido é efetivo da rede, e o caso precisa ser verificado com seriedade. Trabalhar com crianças atípicas exige preparo, paciência e acompanhamento constante”, afirmou.
Segundo o ele, a mãe do aluno já se reuniu com a Secretaria Municipal de Educação e com a direção da escola para relatar o ocorrido. Ele defendeu que todos os profissionais da educação — de apoio, limpeza, portaria e cozinha – passem por formações regulares sobre convivência, acolhimento e práticas inclusivas, como forma de prevenir situações semelhantes. “Mesmo quando há indicações políticas, é necessário treinamento. Todos precisam saber como lidar com as diferentes realidades do ambiente escolar”, destacou.
De forma semelhante, o vereador Anderson Xará afirmou que o caso deve ser tratado com seriedade, mas sem julgamentos precipitados. “Aqui não estamos afirmando nada, mas a mãe relatou que viu o filho ser maltratado, e isso precisa ser esclarecido. O errado não acontece o tempo todo nem à vista de todos. É preciso atenção e responsabilidade”, disse.
Em seguida, ressaltou que a situação revela uma falha de formação dos profissionais que atuam no atendimento a crianças com deficiência. “O conhecimento básico sobre o autismo e sobre como agir diante de uma desregulação é fundamental. Respeito e preparo são indispensáveis. Ganhar pouco não é justificativa para agir com descuido. Quem não quer trabalhar com responsabilidade, deve abrir espaço para quem queira”, completou.
Por fim, a vereadora Luma Menezes reforçou o alerta sobre a necessidade de capacitação permanente dos profissionais que lidam diretamente com estudantes com deficiência.
“É evidente que há falhas na preparação desses profissionais. O município recebe alunos com diferentes tipos e níveis de deficiência. É obrigação da Secretaria de Educação oferecer formação adequada e contínua para garantir o atendimento correto”, afirmou.
Ela defendeu que as capacitações não sejam pontuais, mas recorrentes, com reciclagens periódicas e acompanhamento técnico constante. “Se não houver preparo e orientação, novos casos continuarão acontecendo. Essa ação é urgente e inadiável, porque estamos falando da proteção das crianças e do respeito à inclusão”, concluiu.




































