O clima pesou na tarde de hoje(18) na sessão da Câmara Municipal de Alagoinhas. Os vereadores, tanto da bancada governista, quanto da bancada oposicionista, não esconderam o descontentamento e a revolta com a postura dos vereadores do PT Luciano Sergio e Thor de Ninha.

No caso da oposição, o motivo seria a assinatura dos petistas no requerimento de abertura de uma CPI proposta pela base do governo que investigaria irregularidades na SMTT entre 2009 e 2018, o que colocaria o colega de bancada, vereador Anderson Baqueiro(Solidariedade), como um possível investigado, já que o mesmo foi superintendente do órgão em parte deste período.

Revoltados com a situação, os outros componentes da bancada de oposição se reuniram com a base do prefeito Joaquim Neto e ambas as bancadas retiraram as assinaturas para a instalação de CPIs que investigariam a SMTT e a SEDUC. A atitude revoltou os vereadores do PT.

Hoje pela manhã, Luciano Sergio concedeu entrevista a uma emissora de rádio e questionou a atitude dos vereadores, tanto da base, como seus colegas de bancada de oposição, questionando se eles teriam o “rabo preso” ou receberam dinheiro para retirar as assinaturas das CPIs.

O vereador João Henrique Paolilo(Podemos) foi o primeiro a se manifestar e criticou a postura dos petistas se dizendo indignado com a falta de respeito para com os outros companheiros. Ele justificou a retirada de sua assinatura da CPI da SEDUC, alegando que a estratégia da base joaquinista, que criaria mais 2 CPIs(uma para investigar a SMTT e outra para investigar as obras de macro-drenagem do Silva Jardim) engessaria o trabalho da oposição na Casa, já que só é permitido a instalação de 3 CPIs simultâneas. “O jogo estava 2×1 para eles(base governista), agora voltamos ao 0x0”,  disse o parlamentar.

Em seguida, o vereador do DEM, Luciano Almeida, exigiu respeito dizendo que nunca recebeu dinheiro para votar em projetos na Câmara. Ele também questionou o fato dos vereadores Thor de Ninha e Luciano Sérgio “defenderem um presidiário(Lula) e um partido(PT) que assaltou as estatais e os fundos de pensões”, o que não lhes daria o direito de questionar a idoneidade de nenhum de seus colega.

O vereador Anderson Baqueiro também se manifestou e disse não temer nenhuma investigação ou CPI. “Todas as contas da SMTT sob minha administração foram aprovadas pelo TCM e por esta Casa”, afirmou.

O vereador Caio Ramos(Rede) acusou Luciano Sérgio de querer fazer trampolim nas costas dos outros vereadores ao acusa-los de ter o rabo preso ou de receberem dinheiro. “Uns nesta Casa para se sobressair tem que macular a imagem dos outros”, afirmou.

O líder da oposição, Pastor Lins(PPL) acusou a bancada do PT de traição por tentar colocar em uma situação constrangedora um colega de bancada. Para Pastor Lins ficou claro que os vereadores do PT não tem compromisso com os demais componentes da oposição.

Sobre as palavras de Luciano Sérgio ditas em uma emissora de rádio, Pastor Lins disse que “as pessoas costumam ver os outros do jeito que elas são”.

Tentando se defender e defender o colega de partido, Thor de Ninha decidiu se pronunciar. “Não fomos desleais. A CPI da SMTT não era para atingir Baqueiro e sim um vereador aqui da Câmara que manda na SMTT”, afirmou. Ele também disse que os demais vereadores estão equivocados ao não instalar as CPIs, alegando que o povo exige uma resposta.

Já o vereador Luciano Sérgio tentou se explicar, dizendo que o que fez foi chamar a atenção para um sentimento, que segundo ele, tomou conta da cidade, a de que os vereadores ou tinham o rabo preso ou receberam dinheiro para retirar as assinaturas das CPIs.

Ele também acusou o governo Joaquim neto de chantagear os vereadores da oposição, citando uma entrevista do secretário municipal de comunicação, Gustavo Carmo, concedido a uma emissora de rádio, em que afirmava que vereadores da Casa seriam alcançados caso houvesse uma investigação para descobrir supostas irregularidades nas obras de macro-drenagem do Silva Jardim.

O petista pediu que Gustavo Carmo fosse convocado a comparecer à Casa para esclarecer essa afirmação.

Por Caio Pimenta para o News Infoco