Hilton Ribeiro, advogado da Associação de Policiais Militares e Bombeiros-ASPRA, que tem a liderança do deputado Estadual Prisco, avaliou na manhã desta quarta feira(09), para o programa Primeira Mão, jornalistico matinal transmitido em cadeia pela rádio Ouro Negro 100.5 FM e rádio web 2 de julho, esse primeiro dia de greve da categoria. Ele considerou que hoje é um dia crucial para o sucesso do movimento que tem a adesão já de Salvador e já encontra adesão de Feira de Santana. O interior se motiva, segundo ele, de acordo com a mobilização na capital.

Hilton argumentou que várias assembleias foram realizadas, vários ofícios forma protocolados, sem que o governo Rui Costa  abrisse os canais de diálogo com os policiais. A greve, para ele, é o último caminho para sensibilizar o governante. Hilton fala com a autoridade de alguém com 20 anos de luta em prol de melhorias para os agentes de segurança pública.

O advogado relata que a categoria fica indignada com a guerra de informações, promovida pelo governador e pelo Comando Geral da Polícia Militar para desmobilizar os grevistas e ainda lhe causa surpresa ver deputados, que cresceram graças ao sindicalismo, se posicionarem contra o movimento. Hilton convocou os petistas da cidade de Alagoinhas como Luciano Sérgio, Thor de Ninha e o deputado Federal Joseíldo Ramos para ajudarem a sensibilizar o governador.  Hilton confirma a adesão em Feira de Santana, baseado nos registro em vídeo feitos pelos  próprios grevistas. Ele orientou, que nas demais cidades do interior, os policiais  procurarem informações junto as sedes locais da ASPRA.

A greve ocorre com base em reivindicações simples como o cumprimento do acordo firmado em 2014, o adicional de periculosidade, a agilidade no pagamento de pensão por morte para a viúva, consequentemente para os filhos, e a melhoria do Planserv. Essas pautas, para Hilton, revelam o descaso do governador Rui Costa com a segurança pública do Estado e uma  total insensibilidade com as condições precárias em que vivem os policiais, com salários que não condizem com a função de risco e estresse extremo, lidando com um plano de saúde sucateado, onde existem cotas para a marcação de consultas e uma morosidade inexplicável no pagamento de pensões para as viúvas.

Um retrato claro da situação insustentável que vivem os agentes da lei se dá pelo número elevado de suicídios, nove ocorrências já este esse ano, em 2018 foram nove durante todo o ano. “Nosso policial está doente, justamente ele que deve reunir condições para atender pessoas em situações extremas de sofrimento e risco de vida”, salientou. A falta de um plano de carreira que valorize a corporação e que motive a dura rotina do policial também pesa sobre os profissionais. O plano de carreira da categoria é algo absurdo, um soldado da policia militar leva em média 20 anos para se tornar cabo, quando se percebe que oficiais, em cinco anos, já galgaram várias posições hierárquicas. O efetivo reduzido é outra mostra da negligência do poder público frente à atividade. Um concurso público está sendo anunciado, pena que o desemprego e a necessidade de sobrevivência é que empurrem jovens para serem candidatos e não a vocação para o serviço ou a valorização deste e a qualidade de vida dos soldados. Os riscos são infinitamente maiores que os benefícios.

Veja a participação do advogado da ASPRA Hilton Ribeiro no Programa Primeira Mão:

Por Paulo Dias para o News Infoco