Talvez o miliciano, ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega, se tornasse o Celso Daniel dos Bolsonaros. Isso mostraria como os extremos se atraem e se equivalem. O que não está fazendo sentido é o fato dele ter sido morto pela polícia baiana, sob o comando de um governo petista, na cidade de Esplanada, na madrugada do último dia 09. No segundo governo do também petista Jaques Wagner, um casal de sindicalistas do setor de transporte, Paulo Colombiano e Catarina Galindo, ligados ao PC do B, foi brutalmente morto. Isso mostra que a queima de arquivo, inaugurada por Celso Daniel, veio para ficar no Brasil e se vincula de forma estranha à Bahia, um dos estados mais violentos do país. Para completar, repórteres da Veja foram presos ao tentar investigar o suposto crime e houve a tentativa de cremar o corpo do miliciano, tudo isso patrocinado por policiais da Bahia, comandados por Rui Costa.

O ex-policial militar, Adriano Nóbrega, tinha ligações estreitas com Flávio Bolsonaro que já o condecorou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e empregou sua mulher no seu gabinete. É íntimo de Queiroz, suspeito de ter lavado dinheiro para ele. Não é muito provável que alguém seja executado por causa de uma rachadinha, cujas evidências já são claras demais. Seria uma burrice de Flávio e Queiroz fazerem isso. Mas o miliciano também é suspeito de ser um dos mandantes da morte da Marielle Franco, esse sim seria um motivo suficiente para a queima de arquivo. No caso, ligar o nome de Flávio Bolsonaro ao fato só faria sentido se sua família fosse a mandante do assassinato da vereadora, essa ligação ainda não foi estabelecida. O que os Bolsonaro ganhariam com a morte de Marielle? Nenhum dos familiares, amigos e colegas da vereadora citou qualquer proximidade entre ela e os Bolsonaros. Bolsonaros e Marielle não se conheciam pessoalmente, a motivação para o crime é zero. A Globo, inclusive, se queimou como empresa jornalística, tentando sustentar essa tese.

O miliciano morto na Bahia poderia saber quem mandou de fato matar a líder política carioca. Suponha-se que a queima de arquivo foi para que ele não revelasse o nome do responsável por essa emblemática morte, por que a polícia baiana teria interesse nisso? Talvez a queima de arquivo não tenha qualquer ligação política e tenha sido um favor da milícia baiana para a milícia carioca, ou um serviço pago pela milícia do Rio e executado pelos militares baianos. Então está na hora de saber quem está no alto escalão da polícia da Bahia supostamente envolvido com ações de uma provável execução. Esse parece mais um caso sem solução como o de Celso Daniel, o Brasil vem se notabilizando por ser um país violento, corrupto e sem lei. E o PT, desta vez com Rui Costa, nas cercanias de coisas que cheiram muito mal.

Se por um lado, o nome dos Bolsonaros está vinculado aos milicianos, é preciso destacar o retrospecto do PT que defendeu abertamente atividades de grupos, como as FARC e governos como o da Venezuela, ligados ao narcotráfico, sem contar as suspeitas que pairam sobre uma ligação do partido com o PCC. Nesse diapasão se aumentam os leques de interessados na morte do Adriano da Nóbrega.

Por Paulo Dias e Caio Pimenta para o News Infoco