De acordo com o “pai dos burros”, o Google: uma pessoa hipócrita é aquela que finge ser o que não é, seja através de religião, virtudes, características, idéias, sentimentos, e etc. A pessoa hipócrita finge ter algo que não tem, seja para agradar aos outros, se aproximar de um determinado grupo, ou até mesmo para melhorar a sua própria auto-estima.” Essa definição pode ser usada com maestria para definir a postura das vereadoras alagoinhenses Luma Menezes(PDT), Jaldice Nunes(UB) e Juci Cardoso(PC do B) quando o tema é o fortalecimento da representação feminina em cargos eletivos.

Ontem, sexta-feira (24), as citadas vereadoras “participaram de um ato simbólico em defesa ao direito da mulher parlamentar de exercer o seu trabalho com respeito e dignidade”. As vereadoras viajaram para o município de Muritiba onde fizeram coro a um ato de protesto e manifestação em apoio e defesa de Perla da Conceição Santana Ferreira, que é alvo de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. Todos os vereadores da cidade, exceto a própria Perla, votaram a favor do processo de cassação da vereadora.

Não quero aqui discutir se o processo de cassação é justo ou injusto, isso é um ponto que pode ser discutido em outro momento. A grande questão nisso tudo é o contraditório discurso em defesa da presença da mulher na politica propalada exaustivamente pelas parlamentares alagoinhense, postura que mais parece ser de conveniência, beirando a hipocrisia.

Basta lembrarmos a postura das 3 parlamentares da cidade na eleição do ano passado. Todas elas apoiaram candidatos homens aos cargos eletivos. Luma Menezes, que disputou uma vaga na Câmara Federal para garantir o quociente eleitoral necessário para a eleição de Felix Mendonça Jr e Léo Prates, apoiou publicamente um candidato homem para a Assembleia Legislativa, o Paulo Câmara, e apoiou também um homem branco que se declarou negro para governador do estado, ACM Neto(UB). Já Jaldice Nunes apoiou Paulo Cezar para deputado estadual, Paulo Azi para deputado Federal e ACM Neto para governador, todos homens. Por fim, Juci Cardoso apoiou Radiovaldo Costa para deputado estadual, Joseildo Ramos para deputado federal e o desconhecido Jerônimo Rodrigues para governador. Onde estava a defesa pela representação feminina na politica neste momento?

Se isso não é hipocrisia, o que é? O uso politico da pauta “mulher” no fim das contas é uma verdadeira falta de respeito ao eleitorado feminino. E mais, acaba por enfraquecer qualquer movimento de fortalecimento da representação feminina na politica.

Uma grande lição dá a vereadora Raimunda Florencio(PSD), que rejeita as bravatas e discursos recheados de sofismas, volta e meia proferidos por suas colegas de bancada feminina, e prefere demonstrar seu apoio ao fortalecimento da presença da mulher na politica por meio de ações e não de palavras. Se por uma lado apoiou candidatos homens para deputado federal e governador(Paulo Azi e Jerônimo Rodrigues, respectivamente), foi a única também das 4 a apoiar uma mulher para Assembleia Legislativa da Bahia, Ludmilla Fiscina, que acabou sendo eleita com um discurso justamente pautado na representação feminina na politica. Sem mencionar o trabalho social, e muitas vezes silencioso, que Raimunda Florencio tem desenvolvido ao longo de seus mandatos justamente em atenção as mulheres.

É verdade meus amigos, falta pouco mais de 1 ano e meio para as eleições municipais… Isso explica muita coisa

Escrito por Caio Pimenta, advogado, âncora do programa Primeira Mão, da radio Ouro Negro 100,5 FM. Ele também escreve sua coluna no site News Infoco, do qual é editor- chefe e dirige a radio web 2 de julho.