Vereador mais votado das últimas eleições em Alagoinhas, Cleto da Banana não tem medido esforços para obter o número de votos suficientes para alcançar o seu intento: *o terceiro mandato seguido como presidente da Casa Legislativa*
Apesar de ter sido eleito pela base do prefeito eleito Gustavo Carmo(PSD), o que tem chamado atenção na empreitada de Cleto é a adesão quase automática da oposição, composta por apenas 3 vereadores( Luciano Almeida, Jaldice Nunes e Luma Menezes) ao seu nome.
Com o desgaste conquistado por dois mandatos seguidos(sendo que a reeleição ocorreu poucos meses após a primeira vitória), Cleto parece ter conseguido sua *reabilitação* durante as eleições de outubro, se tornando um candidato competitivo à presidência da Câmara.
A obstinação de Cleto na conquista de mais uma eleição pela presidência da Câmara chama atenção. Informações de bastidores dão conta que Cleto não só trabalhou para conquistar a maior votação entre os vereadores, como também ajudara candidatos a se eleger, inclusive candidatos da oposição, criando uma espécie de “bancada do Cleto”, nos moldes do ex-deputado Eduardo Cunha e de seu sucessor na presidência na Câmara Federal, Arthur Lira.
Embora tenha conquistado uma boa votação em Boa União, seu reduto eleitoral, o seu candidato a prefeitura Gustavo Carmo não venceu lá.
Acusações de que o parlamentar trabalhou só para si o desgastaram a tal ponto que hoje não é unanimidade entre a base. Alimenta essa teoria, o fato de Cleto ter demonstrado certa resistência inicial a apoiar Gustavo à prefeitura, já que ele almejava o posto.
Questionado pelo radialista José Gomes, no programa Primeira Mão, da rádio Ouro Negro, Cleto negou não ter trabalhado para eleição de Gustavo, chegando a afirmar que graças a seus esforços uma enorme diferença entre o principal adversário e Gustavo foi reduzida a tal ponto que Gustavo perdera por apenas 8 votos no distrito.
Ao jogar as peças no tabuleiro, garantindo apoio de parte da base e da totalidade da oposição, Cleto dá o seu recado: “Se a base(14 vereadores) não se juntar a mim em sua totalidade, estou disposto a dar sobrevida à oposição, caso eu vença.”
Com um orçamento estimado entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões mensais, fora as comissões a serem distribuídas, a oposição vê na divisão da base do governo, a oportunidade de ser essencial na vitória de Cleto, tendo em troca uma fatia do bolo para suportar os próximo 4 anos sem acesso as benesses da prefeitura.
Cleto tem como adversário direto pela presidência da Câmara, dentro da base governista, o atual líder do governo, Anderson Baqueiro. Informalmente também demonstram desejo de presidir a Casa, o vereador eleito Edésio e o vereador Jorge da Farinha, o que torna a eleição para presidência da Casa imprevisível.
No meio dessa celeuma e jogo de interesses está o prefeito eleito Gustavo Carmo que até aqui, pelo menos publicamente, não demonstrou interesse em interferir na disputa. Só não sabemos até quando… Aguardemos os próximos capítulos.
Escrito por Caio Pimenta, advogado, âncora do programa Primeira Mão, da radio Ouro Negro 100,5 FM. Ele também escreve sua coluna no site News Infoco, do qual é editor- chefe e dirige a radio web 2 de julho.