O diretor do Sindpetro, Radiovaldo Costa, mostrou no programa Primeira Mão, dessa terça-feira, 24, que a luta para a permanência da Petrobras na Bahia teve importantes adesões em ato no Rio de Janeiro, em uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa e comemorou o apoio do prefeito ACM Neto, contactado por influência do deputado Federal. Paulo Azi. Um encontro com prefeitos de municípios produtores de petróleo da Bahia
como Araçás, Cardeal da Silva e Entre Rios e com a presença do senador Jaques Wagner também foi realizado. Já ACM Neto abraçou a causa de pronto, ouviu por uma hora e meia as reivindicaçõe s, se pronunciou contrário à privatização da Petrobras e vestiu o macacão dos petroleiros, feito sob medida, claro, pousando para foto.

Com a participação ativa do deputado Paulo Azi, serão mantidos contatos em Brasília com Rodrigo Maia,presidente da Câmara dos Deputados, com o presidente da Petrobras e com Onix Lorezoni, ministro da Casa Civil. Haroldo Azi, âncora do programa, parabenizou a iniciativa de Radiovaldo de colocar a luta acima das cores ideológicas e das diferenças partidárias, “isso é política de verdade”. Quando questionado sobre a participação mais ativa do deputado Joseíldo Ramos e do governador Rui Costa, a resposta de Radiovaldo é sempre a mesma: “com o PT, o diálogo é mais fácil e todos apóiam a causa”. No entanto, a inatividade de Joseíldo é sempre sentida e é de se duvidar que ele tenha abertura para buscar um diálogo com o campo político oponente, como fez Radiovaldo. É o que se dá para ler nas entrelinhas. Quanto a Rui Costa, a postura não é muito diferente. Parece que Radiovaldo tem obtido mais apoio da direita que da esquerda. Isso abre uma grande interrogação: Será que a esquerda não está esperando que a direita lute, para no fim exigir para si os louros da vitória – um cavalo de tróia?

Radiovaldo falou da postura interessante do governador de Pernambuco, que afirmou que, se a Petrobras sair do Estado, terá que indenizar todos os benefícios que recebeu como doação do terreno, incentivos fiscais e investimentos em terraplanagem e outra benfeitorias infraestruturais. Faz sentido, mas não quer dizer que é uma batalha jurídica fácil. As benfeitorias concedidas por qualquer governo são atrativos, mas não são garantias para a permanência de uma empresa, isso seria inédito, sem precedentes.

Apesar das comemorações dos avanços pelos sindicalista, o movimento ainda é tímido e incipiente. Se prega hoje o mínimo de ingerência política do governo sobre o mercado e Radiovaldo trata a Petrobras como uma empresa pública quando na verdade é uma empresa de capital misto, com ações na Bolsa de Valores. A luta também tem que ir para o Congresso Nacional, seu endereço natural, e não ficar restrito a esfera estadual. Por que a bancada do PT ainda não assumiu essa luta no Congresso? Alguma coisa não bate nessa conta.

Acompanhe a entrevista do diretor da Sindpetro Radiovaldo Costa ao Programa Primeira Mão na manhã desta terça-feira(24):

A procura de integrantes da Direita para intermediar pleitos de segmentos historicamente ligados a esquerda também foi discutido pela bancada do Programa Primeira Mão. Veja:

 

Por Paulo Dias para o News Infoco