O objetivo não é só evitar a evasão escolar, um dos grandes problemas no Ensino Médio, mas tornar o aprendizado mais agradável e capaz de manter o aluno focado, contribuindo para uma educação integral e também poder prepará-lo para o mercado de trabalho ou para o acesso ao Ensino Superior. É o que propõe a Lei 13.415 de fevereiro de 2017, a lei do Novo Ensino Médio, sancionada pelo presidente Michel Temer.
O Novo Ensino Médio segue tendências que acompanham processos de mudanças curriculares e estruturais da organização desta etapa da educação em todo o mundo, a exemplo do que foi feito em países como Portugal, Finlândia, Austrália, Inglaterra, Polônia e México. As mudanças propostas irão tornar o currículo do Ensino Médio no Brasil mais flexível. E, sobretudo, permitir que cada jovem possa seguir o caminho de suas vocações e sonhos, seja para dar continuidade aos estudos no nível superior ou para entrar no mundo do trabalho.
Um dos principais benefícios com a nova metodologia curricular é a possibilidade do aluno escolher a área em que tem mais interesse, de acordo com cada projeto de vida, por meio dos itinerários formativos que irão complementar o currículo junto com a parte comum a todos- orientada pela Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio, em tramitação no Conselho Nacional de Educação. A nova arquitetura do Ensino Médio vai dar mais liberdade às redes de ensino e escolas sobre o que e como ensinar para desenvolver as competências básicas requeridas pela BNCC.
Outra mudança é a ampliação progressiva na carga horária anual, que hoje é de 800 horas anuais. A lei estabelece o mínimo de cinco anos para que todo o Ensino médio tenha 1.000 horas em cada ano. Língua Portuguesa e Matemática serão disciplinas obrigatórias nos três anos do Ensino Médio, dentro do núcleo comum, independente da área de aprofundamento que o estudante escolher nos itinerários formativos.
Atualização –Considerado um modelo ultrapassado, a atual formatação do Ensino Médio não possibilita, no entender do Ministério da Educação,condições necessárias para que os alunos concluam esta etapa dos estudos com o aprendizado mínimo desejado. Um exemplo claro disso é que nas avaliações do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o Brasil permanece desde 2011 com uma nota de 3,7.
Outro dado preocupante é que 1,7 milhão e jovens de 15 a 24 anos nem estuda, nem trabalha e formam a chamada geração “Nem, Nem”, e apenas 18% dos jovens de 18 a 24 anos ingressam no Ensino Superior. Já a taxa bruta de matricula está estagnada em 82% e a taxa liquida não chega a 60%, o que faz com que, aqueles que concluem o Ensino Médio, cheguem ao mercado de trabalho sem qualificação profissional e em atividades de baixa qualificação.
A ideia dos itinerários formativos é dar opção aos alunos. Na modalidade acadêmica, os itinerários podem ter ênfase nas áreas de conhecimento que compõem a parte comum: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias ou Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Há a possibilidade, também, de ser oferecido um itinerário formativo que agregue componentes curriculares de diferentes áreas. Já na modalidade de formação técnica e profissional. os cursos poderão estar associados a ocupações constantes do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos.