É na beira do rio Paraguaçu que fica a pacata vila de pescadores, fundada pelos jesuítas no século 16. Cenário de muita história, como a primeira igreja construída no Recôncavo Baiano, e que recebeu a sanção canônica de matriz de Santiago.
Foi durante as escavações para a construção de uma praça que o achado veio à tona. A obra foi suspensa imediatamente para dar lugar ao trabalho de arqueólogos.
As escavações já revelaram mais de dois mil fragmentos e quase 30 ossadas de pessoas e animais que podem ter vivido a partir do século 16. O que mais surpreendeu os arqueólogos foi a presença dos sambaquis, estruturas que podem ter milhares de anos.
“O sambaqui vai ser uma deposição proposital e de longo prazo de conchas, de restos de alimentação, de objetos das pessoas que estavam ali e de terra do próprio local… É algo muito antigo. Os mais antigos encontrados no Brasil, eles podem datar até de 10 mil anos. E esse aqui em específico, ele é muito especial porque ele está aqui no nordeste. E a maioria dos sambaquis no Brasil, eles estão encontrados na região Sul e Sudeste”, diz Bruna Brito, arqueóloga.