O diretor Comercial do Serviço Autònomo de Água e Esgoto- SAAE, Eloísio, explicou as novas formas de negociação de cobranças em atraso para este final de ano, durante o programa Primeira Mão, desta terça-feira, 19. Esse ano, esse atendimento foi iniciado mais cedo, na terceira semana deste mês e tem maiores facilidades de parcelamento, até 24 vezes a depender do débito e da capacidade de pagamento do usuário. O acerto de contas serve para os dois lados, o morador restabelece o fornecimento de água em sua casa e a autarquia tem maior facilidade de fechar o caixa no final do ano.  Os interessados em fazer o parcelamento dos seus débitos devem procurar o posto de atendimento do SAAE localizado em frente à Igreja Matriz

Eloísio falou que o SAAE ainda vive com uma capacidade de investimento reduzida, pois continua pagando débitos herdados da administração anterior. Por esse motivo, visa combater ao máximo a inadimplência, que no ano passado foi reduzida em 25%, quando a meta perseguida é de 40%. Ao ser questionado sobre a falta de água em certas localidades, especialmente na Serra do Ouro, o diretor da autarquia admitiu que certas localidades apresentam esse problema muito em função de serem servidas por ramal de extensão quando já necessitam de extensão de rede. Ele afirmou, no entanto, que a quantidade de gatos(ligações ilegais) sobrecarrega a distribuição, como impede que recursos sejam arrecadados para a melhoria do sistema.

Eloísio teve que complementar respostas dadas por Elmar Mendes, em entrevista ao programa na semana passada. Ele defendeu a estatização dos serviços de saneamento, mas não de forma tão enfática quanto seu colega. A questão que ficou em suspenso, levantada por Haroldo Azi e por Caio Pimenta, refere-se à possibilidade de uma privatização evitar erros que foram  cometidos com relação ao SAAE por interferência política. O próprio Elmar Mendes se queixa que está sob desvio de função por retaliação, algo impossível em uma gestão privada. Outro ponto são os supersalários da autarquia, muito além do que é praticado no mercado. Além disso o SAAE acumula uma dívida de R$ 14 milhões, acumulada em oito anos de gestões passadas.

Elmar Mendes, que já foi diretor do SAAE, respondendo a Haroldo, disse que nunca teve notícia de alguém que tivesse se beneficiado da autarquia para obter vantagens eleitorais. Eloísio afirmou o oposto, que tem conhecimento, mas que não pode provar. Ficou no ar que algo foi constatado na CPI do SAAE, realizada pela Câmara de Vereadores, no entanto, estima-se, o Ministério Público não se pronunciou sobre o documento, comportamento que se repete e incomoda. O MP de Alagoinhas não acolhe as denúncias de irregularidade, apesar dos fortes indícios, talvez porque faltam fundamentos para abrir processo. Se for esse o caso, o órgão deveria o esclarecer publicamente. Uma questão levantada por professora Jacilena, que também participava do programa, diz respeito à exigência de apresentação de Boletim de Ocorrência- B.O – em caso de roubo do hidrômetro, mesmo sendo este colocado fora da residência. Se não apresentar o B.O, o usuário paga pelo roubo, realizado por um outro, vira responsável pela coisa pública, embora não se tenha notícia de legislação que ampare essa estranha responsabilidade, como faz falta a assessoria jurídica competente nessa hora.

Sobre o velho problema da recomposição de piso, quando o SAAE faz conserto de rede, o entrevistado esclareceu que esse serviço é de competência da Secretaria de Infraestrutura. Ele disse: “agora com Maria das Graças assumindo os dois” a agilidade será maior nesses termos. Se o SAAE fosse privado não teria uma diretora assumindo duas gestões ao mesmo tempo.

 

Por Paulo Dias com a colaboração de Caio Pimenta para o News Infoco