Para o retorno às aulas na Rede Municipal de Ensino de Alagoinhas, nesta próxima segunda-feira,9, foi feito um demorado planejamento, mas a palavra de ordem é não forçar os pais a colocarem seus filhos de volta à escola sem que se sintam plenamente seguros. “Não vou barganhar com merenda escolar ou fazer qualquer tipo de pressão nesse sentido”, disse o secretário de Educação, Gustavo Carmo, ao programa Primeira Mão, desta sexta-feira, 6.
Ele esclareceu que a retomada do ensino presencial será feita por etapas e com segurança. A primeira, agora em agosto, reúne os alunos do ensino fundamental 2, do sexto ao nono ano de escolas específicas. As unidades envolvidas nesse ciclo inicial de retomada das atividades são a Jairo Azi no Riacho da Guia, a Miguel Santos Fontes, em Boa União, o Colégio Municipal de Alagoinhas, a Irene Andrade e o Murilo Cavalcante em Santa Terezinha.
Outro critério adotado garante ao professor sua imunização plena com as duas doses da vacina necessárias aplicadas . Agora estarão vacinados 50% dos educadores, mas só irão atuar 10% desse contingente. Todo profissional estará em condições idênticas de imunização, tanto o pessoal de apoio quanto o administrativo.
Caio Pimenta questionou porquê não se termina o ano e começam as atividades no próximo. Gustavo Carmo, a subsecretária Keite Lima e a coordenadora Pedagógica, Suyane Pinho, consideraram que os níveis baixos de contaminação permitem a retomada da rotina escolar. Com a evolução desse cenário, a maior parte dos estudantes retornará ao ensino presencial dentro de um ciclo efetivado e em desenvolvimento. Isso vai, acelerar, segundo elas, a recuperação do déficit cognitivo provocado pela falta do convívio escolar durante a pandemia.
Gustavo ainda enfatizou que existem prejuízos emocionais para as crianças. O retorno à aula resolve o problema dos que ficavam em casas sozinhas ou eram colocados em locais improvisados, enquanto os pais estavam no trabalho. Para ele, retomar o convívio com os colegas e estar em atividade participando de práticas também ao ar livre contribuirá para melhorar suas condições afetiva, essenciais para sua formação moral e intelectual.
Sobre a crítica da vereadora Luma Menezes que mencionou, em Audiência Pública, sobre a inadequação das escolas para o retorno ao ensino presencial, Gustavo afirmou que se for considerar a realidade da educação pública brasileira, ela tem razão porque Alagoinhas vive um quadro de deficiência na estrutura escolar idêntico ao que acontece em todo país. Quando se afirma, segundo Carmo, que as escolas foram preparadas, se quer dizer que estão dentro dos padrões exigidos pelo setor de saúde e dentro dos critérios da Vigilância Sanitária quanto, especialmente, a circulação de ar, fator determinante para garantir a segurança dos adolescentes.
Suyane Pinho e Keite Lima explicaram que o ensino a distância manteve o vínculo dos alunos com a escola, mas consideraram que este tem limitações com relação ao público do ensino básico, porque é um modelo educacional que requer disciplina e maturidade. Também existem limitações de ordem financeira, causa da dificuldade de acesso a internet. Estudantes da zona rural ficavam na área descoberta para conseguir um sinal da rede digital disponível. Essas crianças, elas entendem, necessitam de alguém para tirar dúvidas de maneira imediata, pois não conseguem avançar nos estudos ficando com lacunas na sua base educacional.
Para o ensino a distância se utilizou bastante a ferramenta do WhatsApp, do Google Classroom e do Google Meet. Alguns estudantes apanhavam as tarefas na escola e as levavam para casa. Estes obtiveram rendimento melhor do que aqueles que foram apenas orientandos pela internet. Essa modalidade de ensino, no entanto, tende a crescer entre o público de maior faixa etária.
Gustavo Carmo informou que duas creches foram entregues esse ano, uma em Alagoinhas IV e outra na Baixa das Candeias e que outras três estão em obras em um ritmo lento por conta da dificuldade no repasse de recursos do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Escolar – FNDE – no valor total de R$ 85 mil. Desse montante, disse Gustavo, apenas R$ 18 mil foram liberados. Como são obras conveniadas não se pode colocar dinheiro do município para adiantá-las devido à complexidade da relação com o Governo Federal. Ele ainda esclareceu que, esse ano, foram contingenciados R$ 4 bi do FNDE, quando estes forem liberado, certamente vai-se efetivar o contrato e as obras serão concluídas com a maior rapidez.
Veja a entrevista concedida pelo secretário municipal de educação de Alagoinhas, Gustavo Carmo, ao programa Primeira Mão:
Por Paulo Dias para o News Infoco