O governador Rui Costa (PT) avisou, ontem, que não vai entrar em confrontos com os seus adversários antes do dia 15 de agosto, último dia para os partidos registrarem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os candidatos no pleito. O petista baiano voltou a garantir, no entanto, que estará presente em todos os debates promovidos pelas emissoras de TV e rádio. “Quero logo de antemão informar que não farei debate nem pela imprensa nem pessoalmente antes dos registros das candidaturas. Eu só vou debater ou responder qualquer indagação de qualquer possível candidato, a partir do dia 15 de agosto. […] Aí eu começo a fazer o debate público com os candidatos. Até lá, não vou debater com nenhum dos possíveis candidatos, porque não estamos ainda no período eleitoral”, afirmou, em entrevista coletiva, durante a cerimônia de entrega da Estação Aeroporto do Metrô.
O governador passou o ano passado todo respondendo aos ataques e provocando o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), pois, apostava-se que o democrata soteropolitano seria o adversário do petista baiano. Com a desistência do chefe do Palácio de Thomé de Souza, o adversário de Rui Costa permanece indefinido, já que há possibilidade de que as pré-candidaturas de José Ronaldo (DEM), João Gualberto (PSDB) e João Santana (MDB) não vinguem. Nos bastidores, os oposicionistas costuram um acordo para que o ex-prefeito de Feira de Santana e o deputado tucano marchem juntos na eleição deste ano. Ontem, o governador se manifestou também sobre a polêmica declaração na qual sinalizou que o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), vai integrar a chapa governista, como candidato ao Senado Federal.
Rui adotou tom semelhante aos dos aliados e disse que estava “brincando”. “A gente sempre brinca com os que pleiteiam legitimamente. A gente brinca com Lídice [da Mata, senadora, do PSB], com Coronel, com [o ex-governador da Bahia, Jaques] Wagner, com todos. Na política, a gente também tem que relaxar um pouco. As brincadeiras servem para relaxar um pouco”, justificou. O governador frisou, ainda, que “não tem preferência por A, B ou C” para integrar a composição governista. No entanto, fez questão de ressaltar que os correligionários devem colocar “o desejo legítimo um degrau abaixo da necessidade coletiva da união”. Rui Costa já disse, porém, que o PP, do vice-governador João Leão, o PSD, do senador Otto Alencar, e o seu partido, o PT, devem ter prioridade na montagem da chapa.
O problema é que o PSB, da senadora Lídice da Mata, e o PCdoB também querem estar presentes na composição, que só tem quatro vagas. Especula-se que, se o pleito fosse hoje, a chapa seria Rui Costa na cabeça da chapa, João Leão, como vice, e os candidatos à Casa Alta do Congresso seriam o ex-governador Jaques Wagner (PT) e o mandatário da Alba, Angelo Coronel.
Petista destaca “valores fundamentais da existência”
“Quero fazer uma homenagem a todos que acreditam que é possível construir um país melhor, uma humanidade melhor. Uma humanidade que seja mais solidária e fraterna. Que tenha mais amor, mais respeito e menos ódio, menos violência”. A frase é do governador Rui Costa, que se emocionou em seu discurso durante a entrega da Estação Aeroporto do metrô, em Lauro de Freitas, ontem. Rui destacou que tem se inspirado nos ensinamentos de sua mãe: “Ela sempre me disse: ‘levante a cabeça, tenha fé em Deus, trabalhe, estude, se dedique, que vocês vão ser alguém na vida'”.
Ainda durante o discurso, Rui disse torcer para que os presentes ao evento fortaleçam “os valores fundamentais da existência humana: a fraternidade, a solidariedade e o respeito” e falou diretamente aos servidores do Estado, fazendo uma analogia com o relacionamento que tem com seus filhos. “Gostaria de estar fazendo muito mais, inclusive em relação aos funcionários públicos, mas como pai que sou não cedo, por mais vontade que eu tenha, ao desejo de atender a meus filhos se eu sei que aquela ação vai prejudicá-los no dia seguinte”, afirmou o governador.
Rui disse que não poderia ser irresponsável e fazer algo que coloque em risco o pagamento regular dos salários dos servidores. “Prefiro que nós fiquemos com o desejo que o Brasil melhore e, finalmente, este ano encontre o seu caminho. Que volte a crescer, que a gente volte a melhorar as finanças e possa fazer aquilo que o povo mais quer, que é trabalhar honestamente e remunerar melhor as pessoas que trabalham conosco”.
Por Rodrigo Daniel Silva
Fonte:Tribunadabahia