O presidente municipal do partido Cidadania, Hélio Libório, por meio de nota, anunciou o seu afastamento da campanha de Paulo Cezar a prefeitura de Alagoinhas. Ele também decidiu não disputar uma vaga na Câmara Municipal de Alagoinhas, mas permanece presidente da sigla.
Apesar de sua decisão, o Cidadania, que compõe uma federação partidária com o PSDB, deve continuar na cooligação.
Na nota enviada a este News Infoco, Hélio Libório demonstra descontentamento pelos rumos que a campanha cezista vem tomando. Ele diz ainda que estava sendo ignorado, mesmo presidindo um partido que faz parte do conjunto de apoios. “Se sou ignorado e não há respeito enquanto presidente do Cidadania, pré-candidato a vereador, cidadão e pessoa pública, por que devo continuar?” , questiona Libório.
Ainda na nota, Hélio critica o fato da campanha de Paulo Cezar delegar poderes a pessoas que ao invés de unir, estão desagregando o grupo. “Não se dá poder a um insaciável que é mesquinho, que onde chega causa dissensões em prol de seus próprios interesses, resultando em descontentamentos e rupturas.”, afirma o presidente do Cidadania.
O dirigente partidário ainda deixa um recado claro para campanha cezista. “Não dá para brincar de ser político em Alagoinhas”.
Hélio Libório se junta a Hermano Oliveira, Dra. Mariane Mercuri, Antonio Barreto, Darlan Lucena e Alfredinho Menezes, lideranças politicas que também decidiram se afastar da candidatura Paulo Cezar por discordarem das decisões tomadas pela coordenação da campanha.
Leia na íntegra a nota escrita pelo presidente municipal do Cidadania, Hélio Libório:
Nota de Desistência de Candidatura
Prezados familiares, amigos, lideranças e cidadãos de Alagoinhas,
Com profundo respeito e consideração, comunico minha decisão de desistir da candidatura a vereador nas próximas eleições municipais.
Essa decisão foi tomada após longa reflexão sobre o atual cenário político e pessoal. Ao longo de minha vida pública, sempre busquei atuar com integridade e em prol do bem comum. Contudo, os desafios e os bastidores da política atual me levaram a reavaliar minha posição.
A política de Alagoinhas tem experimentado um retrocesso em efeito dominó, especialmente pela ausência da boa política de homens e mulheres que pensam a cidade e sonham com projetos para ela. É visível a repulsa dos eleitores quando se pede o voto, embora não seja qualquer candidato que receba esses olhares. No silêncio dos bons, ouvem-se os gritos dos sanguessugas.
Como meu pai sempre dizia: “O que está na mesa, agradeça a Deus e se contente.” Em um campo de batalha, é crucial se manter vivo e evitar armadilhas. Compreendi que a melhor opção hoje para a cidade é causar o menor dano colateral possível, embora o ditado “parece que só piora” seja apropriado.
Nosso amigo iniciou um trabalho sério na coordenação da majoritária, cumprindo o rito: dando musculatura à campanha, trazendo forças, promovendo eventos, evidenciando a liderança política, construindo um processo de cidade. Mas a liderança resolveu ouvir mexeriqueiros sanguessugas que nunca se satisfazem pelo poder. O poderoso chefão, por sua habilidade em debochar e desdenhar, cometeu um erro crucial e poderá pagar caro por preferir o amadorismo ao invés do profissionalismo sério. Não se dá poder a um insaciável que é mesquinho, que onde chega causa dissensões em prol de seus próprios interesses, resultando em descontentamentos e rupturas. Uma majoritária de Alagoinhas não é um bater chapa para associação de bairro! É preciso seguir o rito, ser profissional, visionário e, de fato, contratar uma equipe profissional para se fazer o trabalho. As formações e competências existem por uma razão! Não dá para brincar de ser político em Alagoinhas.
Se sou ignorado e não há respeito enquanto presidente do Cidadania, pré-candidato a vereador, cidadão e pessoa pública, por que devo continuar? Infelizmente, estou triste e chateado por ficar para trás e retardar todo um projeto para 2026. Peço perdão e desculpas a todos que me abraçaram e sempre estiveram comigo. Estou profundamente triste, mas não posso continuar em uma base desorganizada que não me valoriza.
Aristóteles dizia: “O homem é, por natureza, um animal político.” No entanto, o ambiente político atual está distante do ideal filosófico de Platão em “A República”. Platão defendia governantes filósofos, guiados pela sabedoria e pela justiça. Infelizmente, a realidade muitas vezes se alinha mais às estratégias descritas por Maquiavel em “O Príncipe”, onde “os fins justificam os meios”.
Nos bastidores da política, a ética frequentemente é deixada de lado, e a busca pelo poder pode corromper até mesmo as melhores intenções. Sócrates afirmava: “A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância.” Com essa humildade, reconheço as limitações impostas pelo atual contexto e minha incapacidade de mudar o sistema de dentro, sem comprometer meus princípios. Quanto as mentiras a serem sussurradas: o vento se encarregar de levar, sempre foi assim.
Escritores contemporâneos como Jordan Peterson e Ben Shapiro também criticam as estruturas de poder e a manipulação da verdade. Peterson destaca a importância de valores tradicionais e responsabilidade individual em “12 Regras para a Vida”. Shapiro, por sua vez, enfatiza a defesa da liberdade de expressão e os perigos do autoritarismo em “How to Destroy America in Three Easy Steps”.
Minha decisão de desistir da candidatura não é um abandono de meus ideais, mas uma reafirmação deles. Continuarei a lutar por um futuro melhor para Alagoinhas, buscando novas formas de contribuir para a nossa sociedade sem me submeter às armadilhas e compromissos obscuros da política tradicional.
Gostaria de expressar minha gratidão ao Cidadania Nacional e Estadual, especialmente na pessoa de Isabela e todos que fazem parte desta equipe, pelo apoio e confiança ao longo dessa trajetória.
Deus abençoe a todos.
Pr. Hélio Liborio é Barreiro, Barreiro é Alagoinhas.
Com sinceridade,
Hélio Liborio Pereira