A coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Materno-Infantil de Alagoinhas, Sabrine Cortiana, falou sobre os impactos da prematuridade dos bebês, em entrevista concedida ao programa Primeira Mão, da rádio Ouro Negro 100.5 FM, nesta quinta-feira, 21. As orientações sobre o assunto fazem parte das atividades do Novembro Roxo, dedicado a divulgar os cuidados com esta condição especial de nascimento, que ocorre até a 37 semana de gravidez.
Uma Aliança Global, reunindo a OMS e a União Europeia, definiu a data de 17 de novembro como o Diia Mundial da Prematuridade, por ser esta a maior causa de morte de crianças até 5 anos de vida.
Sabrine Cortiana enfatizou que existe algo que é necessário se ter em mente na abordagem médica e junto à sociedade que é se perguntar qual o futuro se deseja que aquele recém nascido precoce possa ter. A coordenadora esclarece que dar condições de cuidado ao bebê e a mãe juntamente com todos do seu contexto familiar significa formar uma sociedade em seu maior potencial produtivo. A assistência aos prematuros envolve um custo social, econômico, previdenciário, trabalhista, explica.
O importante é pensar além da sobrevivência, reduzir ao máximo as sequelas que são inerentes ao evento singular do parto. Para isto se estabelece uma equipe multidisciplinar com pediatras e neuropediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, nutricionistas, psicólogos, assistente social para tratar sequelas motoras, visuais e auditivas leves e graves.
Contudo, o início de tudo está no acompanhamento pré-natal, pois a prematuridade decorre de variados fatores: mães muito jovens/adolescentes ou em idade superior a 35 anos, uso de álcool, tabaco e outras drogas, bem como as condições adversas de saúde da gestante. A ocorrência de pressão alta e diabetes pode também levar a um quadro de propensão à prematuridade.
Com um diagnóstico precoce da gravidez de risco, se fará todo esforço para prolongar ao máximo a gestação. Por isso é necessário que se aumente cada vez mais a atenção básica para prestar esta assistência que requer maiores esforços e recursos.
A coordenadora explicou que faz uma grande diferença quando já se sabe de antemão que a paciente faz parte do grupo de partos prematuros, pois toda a unidade hospitalar estará pronta para atendê-la e ao bebê, inclusive com a programação da UTI neonatal tanto para garantir a segurança no ato cirúrgico como a sobrevivência do nascituro.
Tudo é pensado para destinar ao bebê e à mãe os cuidados necessários para o parto seguro e o desenvolvimento do estado clínico deste. A presença da mãe é considerada de extrema importância, repercutindo em aspectos relevantes como o aumento de peso e da imunidade, bem como no avanço psicoemocional, ativando o campo motor e sensorial da criança e todos os seus sistemas fisiológicos. A legislação já prevê esta necessidade, reservando a licença maternidade estendida, que conta a partir da alta do bebê e a medicina criou a técnica canguru, quando a criança fica em contato total com o corpo da sua mãe.
O pai da criança tem acesso livre à unidade de atendimento. Aos avós e irmãos são garantidas visitas, marcadas pela assistente social. A mãe recebe todo acolhimento da família para se manter tranquila durante um processo de atendimento que pode ser superior a um mês. O acompanhamento psicológico é fundamental para se atingir este objetivo.
O Hospital Materno-Infantil de Alagoinhas possui 10 leitos na unidade de terapia intensiva neonatal. São quatro leitos de terapia intensiva propriamente dita, quatro leitos de UCINCO – unidade de cuidados intermediários convencionais, como se fossem uma ala semi-intensiva e dois leitos de UCINCA – unidades de cuidados intermediários canguru, onde o bebê fica em contato pele a pele com a mãe, com resultados importantes para o seu desenvolvimento. O Novembro Roxo segue com atividades de capacitação internas no hospital e ocorre um workshop sobre o uso da caderneta para toda a rede de saúde pública.
Errata: Inicialmente foi publicada a matéria com o titulo “Coordenadora do Hospital Materno-Infantil de Alagoinhas explica Novembro Roxo, destinado à conscientização sobre a prematuridade”, porém a Dra. Sabrine Cortana é coordenadora do serviço de reabilitação do Hospital, sendo titulo correto “Coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Materno-Infantil de Alagoinhas explica Novembro Roxo, destinado à conscientização sobre a prematuridade”. O título já foi modificado.
Por Paulo Dias para o site News Infoco
Matéria atualizada às 12:55 do dia 26/11/2024